No Dia Internacional pelo Fim da Violência contra as Mulheres, ministra Márcia Lopes visita Central do Ligue 180
Visita à sede do serviço, que completa 20 anos nesta terça-feira (25), reforça reconhecimento às trabalhadoras e destaca importância da escuta qualificada na proteção de mulheres em situação de violência
No Dia Internacional pelo Fim da Violência contra as Mulheres, celebrado neste 25 de novembro, a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, visitou a sede da Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180. A data marca também os 20 anos do serviço, criado para orientar, acolher e encaminhar mulheres em situação de violência para a rede de proteção em todo o país. A agenda reforçou o reconhecimento ao trabalho das profissionais que atuam na linha de frente do atendimento.
Durante a visita, a ministra Márcia Lopes ressaltou que o fortalecimento do Ligue 180 é prioridade da política nacional de enfrentamento à violência contra as mulheres e a importância de reconhecer o trabalho das equipes que diariamente acolhem relatos difíceis, orientam caminhos de proteção e ajudam a salvar vidas.
“Toda vez que concedo uma entrevista, que falo do 180, é muito emocionante, porque eu falo de vocês, que são 350 mulheres jovens, sete dias por semana, 24 horas por dia. E vocês estão aqui abertas, preparadas psicologicamente, inclusive, para ouvir, para receber, para acolher essas mulheres”, reforçou a ministra.
Formação permanente e escuta qualificada
A Central de Atendimento – Ligue 180 conta hoje com 346 profissionais, entre atendentes, analistas, psicólogas, coordenadoras, monitoras, analista de tráfego e gerente. Do total, 298 são atendentes e analistas, incluindo trabalhadoras bilíngues, capazes de atender mulheres em diferentes idiomas. Entre janeiro e outubro de 2025, foram realizados 877.197 atendimentos, uma média de 2.895 por dia. No período, o Ligue 180 registrou 126.455 denúncias de violência contra mulheres – em 66% dos casos, a denúncia foi feita pela própria vítima.
As profissionais do Ligue 180 passam por capacitações permanentes, com foco na escuta qualificada e na compreensão das múltiplas formas de violência, considerando recortes de raça, gênero, classe e território. O objetivo é garantir um atendimento sensível às diferentes realidades das mulheres brasileiras, das grandes cidades aos territórios rurais, quilombolas, ribeirinhos e indígenas.
Participaram também da visita à Central Ligue 180 a secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra Mulheres, Estela Bezerra, a coordenadora-geral do Ligue 180, Ellen dos Santos Costa, e Nery Araújo, coordenadora de atendimento do serviço. A comitiva percorreu os espaços da Central, conversou com as equipes de atendimento e monitoramento e ouviu relatos sobre os desafios cotidianos da escuta qualificada e do acolhimento às mulheres que buscam ajuda.
21 Dias de Ativismo
A data de 25 de novembro foi instituída pela ONU como Dia Internacional pelo Fim da Violência contra as Mulheres, em memória das irmãs Mirabal, ativistas políticas da República Dominicana assassinadas em 1960, símbolo da luta contra a violência de gênero e contra as ditaduras na América Latina. Nesta data, o mundo todo inicia os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, que se encerrará em 10 de dezembro, Dia Mundial dos Direitos Humanos.
No Brasil, a campanha tem início em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, somando 21 dias de ativismo, e marca uma agenda intensificada de ações de enfrentamento à violência contra as mulheres em todo o território nacional. A campanha chama atenção para todas as formas de violência – física, psicológica, sexual, moral, patrimonial, política, digital, entre outras – e para a necessidade de políticas integradas de prevenção, proteção às mulheres e responsabilização dos agressores.
Neste ano, o Ministério das Mulheres preparou uma série de ações para a campanha “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres e do Racismo”, em parceria com outros órgãos de governo e com a sociedade civil. A iniciativa reúne ações culturais, de comunicação e de mobilização social, além de intervenções no espaço público, para chamar a atenção da sociedade para a urgência de proteger os direitos das mulheres.

