MPRJ pede arquivamento de acusação contra estudante baleado e motociclista no Rio

O Ministério Público do Rio pediu o arquivamento das acusações contra Igor Melo de Carvalho e Thiago Marques Gonçalves. Igor foi baleado e os dois foram presos em flagrante por suspeita de terem roubado um celular de uma mulher na Zona Norte do Rio. Segundo o MPRJ, os dois não cometeram o crime.

Igor, que perdeu um rim por conta do disparo, recebeu alta do hospital Getúlio Vargas no dia 2 de março. No dia 27 de fevereiro, quando ainda estava internado, disse esperar por justiça.

A solicitação foi feita na quinta-feira (6) pela promotora Roberta Laplace, que atua na promotoria de Justiça junto a 29ª Vara Criminal da Capital. Agora, a Justiça vai decidir se arquiva ou não o processo contra os dois.

A promotora afirma que Thiago e Igor “não foram os autores” do roubo de celular narrado por Josilene da Silva Souza. Ela apontou Igor como autor do crime para o namorado, o PM reformado Carlos Alberto de Jesus, que atirou contra o universitário e garçom.

Segundo o MP, Igor e Thiago estavam “comprovadamente trabalhando” no horário estimado por Josilene como o momento do roubo, no dia 23 de fevereiro. No dia 25, a Justiça mandou soltar os dois.

Motociclista que estava com universitário baleado é liberado da prisão

A promotora ainda citou os três empregos de Igor, e que ele saía do bar Batuq, na Penha, no dia em que foi confundido como um criminoso “de forma equivocada” por Josilene, de acordo com o documento.

O MP ainda solicitou que a moto de Thiago, apreendida no dia da prisão dele, 23 de fevereiro, seja restituída a ele.

A promotoria também solicitou que o Ministério Público apure a conduta do policial militar reformado que confessou ter disparado contra Igor.

“É um passo muito importante, vamos caminhando para a reversão total desse quadro, e não há dúvida que por parte do Thiago, haverá a proposição uma ação reparatória, não só em relação ao autor do disparo e à companheira dele, mas também ao Estado, que disponibiliza uma arma para uma pessoa que não tem condições de seguir armado”, disse o advogado Carlos Nicodemos, que representa Thiago.

 

Policial mudou versão

Na madrugada em que o jovem foi baleado, o PM Carlos Alberto de Jesus afirmou que viu Igor, de camisa amarela e na garupa da moto de Thiago, armado e por isso atirou. Ele diz que sua mulher, Josilene Souza, apontou como a dupla como responsável por roubar seu telefone, entre 1h15 e 1h30.

Em seu segundo depoimento sobre o caso, o policial militar afirmou que pediu para Thiago Marques parar a moto. “Encosta, polícia”, teria dito a ele.

O policial afirmou que, em seguida, o homem que estava na garupa de camisa amarela (que seria Igor Melo) colocou a mão próxima a cintura e realizou um movimento girando seu corpo para a esquerda e após para a direita, supostamente fazendo menção em estar armado.

Depois disso, o policial contou que freou seu veículo, sacou sua arma, calibre 38, e disparou duas vezes.

O MP e a Polícia Civil iniciaram investigações contra o policial reformado.

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