5 de setembro de 2025
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Morre Silvio Tendler, um dos maiores documentaristas do Brasil, aos 75 anos

Um dos maiores documentaristas do Brasil, Silvio Tendler morreu na manhã desta sexta-feira (5), aos 75 anos, devido a uma infecção generalizada. Ele estava internado no Hospital Copa Star, em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A informação foi confirmada por sua filha, Ana Rosa Tendler.

Conhecido como “cineastas dos sonhos interrompidos” ou “cineasta dos vencidos”, Tendler foi autor de mais de 70 filmes e 12 séries televisivas, incluindo “Jango” (1984), “O Mundo Mágico dos Trapalhões” (1981), “O Veneno Está na Mesa” (1990) e “Os Anos JK” (1980).
Silvio deixou uma filha e um neto. O velório de Tendler está marcado para as 11h deste domingo (7), no Cemitério Israelita do Caju (RJ).

História

Nascido em 1948, no Rio de Janeiro, Tendler ficou conhecido por seus documentários que exploram a história recente do país, muitas vezes focando em personalidades famosas e movimentos sociais.
Fundador da produtora Caliban Produções, Tendler produziu e dirigiu mais de 70 filmes entre curtas, médias e longas-metragens em formato documental, além de 12 séries. Ele também foi membro fundador da Fundação do Novo Cinema Latino-Americano e atuou como conselheiro da Associação Brasileira de Imprensa (ABI).

Em 2005, Tendler foi homenageado com o Prêmio Salvador Allende no Festival de Trieste, na Itália, pelo conjunto de sua obra. Seu legado permanece como um importante registro da memória política e social do Brasil, sendo suas produções utilizadas em escolas e universidades como material de estudo.

O filme sobre o ex-presidente João Goulart é, até os dias atuais, uma das maiores bilheterias de documentário no Brasil, com 1 milhão de espectadores.

Homenagens

A Prefeitura do Rio lamentou a morte de Tendler por meio de uma postagem nas redes sociais:

“O seu Rio, Silvio, vai sempre te saudar com um sincero ‘saudade de você’. A gente te agradece pelo seu legado de, em 24 quadros, pintar com cores vivas a história da luta do Brasil pela democracia”, escreveu.

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro também homenageou o “grande documentarista” Silvio Tendler.
“Silvio foi um dos primeiros cineastas brasileiros a explorar a riqueza dos arquivos de filmes, transformando-os em instrumentos de reflexão sobre a história contemporânea do país. Frequentava a Cinemateca do MAM regularmente e depositou parte de seu acervo pessoal na instituição, reforçando sua confiança no trabalho de salvaguarda realizado pelo MAM Rio”, disse o Museu em uma parte do texto.

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