18 de novembro de 2025
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Morre o cantor Jards Macalé, aos 82 anos

O cantor e compositor Jards Macalé faleceu nesta segunda-feira (17), aos 82 anos. O óbito foi confirmado pelas redes sociais do artista. Ele estava internado em um hospital da Barra da Tijuca, Zona Sudoeste do Rio, para tratamento de um problema pulmonar.
“Jards Macalé nos deixou hoje. Chegou a acordar de uma cirurgia cantando ‘Meu Nome é Gal’, com toda a energia e bom humor que sempre teve. Cante, cante, cante. É assim que sempre lembraremos do nosso mestre, professor e farol de liberdade. Agradecemos, desde já, o carinho, o amor e a admiração de todos. Em breve informaremos detalhes sobre o funeral”, dizia a nota.
Trajetória
Natural da Tijuca, bairro da Zona Norte do Rio, Jards Anet da Silva nasceu em 1943 e cresceu rodeado de música. Ganhou notoriedade no meio artístico na década de 1960 quando teve canções gravadas por Nara Leão e Elisete Cardoso. A projeção veio com a performance de “Gotham City” no 4º Festival Internacional da Canção de 1969, onde a apresentação marcada por vaias foi amplamente divulgada.
Em 1973, Jards Macalé organizou o evento Direitos Humanos no Banquete dos Mendigos, em homenagem aos 25 anos da Declaração dos Direitos Humanos. O show foi produzido com o poeta Xico Chaves e gravado com diversos artistas. O projeto virou um álbum liberado pela Censura Federal apenas seis anos depois.
O artista foi responsável pelas composições de “Hotel das Estrelas”, “Anjo Exterminado”, “Mal Secreto” e “Vapor Barato”, canções gravadas por Gal Costa, Maria Bethânia e O Rappa. Ao longo da carreira, Jards Macalé fez parcerias com os poetas Waly Salomão, Vinicius de Moraes, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Torquato Neto e José Carlos Capinan.
Como ator e compositor participou da trilha sonora dos filmes “O Amuleto de Ogum” e “Tenda dos Milagres”, de Nelson Pereira dos Santos, “Macunaíma” de Joaquim Pedro de Andrade, “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro”, de Glauber Rocha, e “Getúlio Vargas”, documentário de Ana Carolina.
Repercussão

Os famosos lamentaram a morte de Jards Macalé. “Meu amor, meu amigo…Fará muita falta neste mundo”, escreveu Maria Bethânia. “Sem Macalé não haveria ‘Transa’. Estou chorando porque ele morreu hoje. Foi meu primeiro amigo carioca da música. Antes de Bethânia imaginar que seria chamada para o ‘Opinião’, Alvaro Guimarães, diretor teatral baiano, me trouxe ao Rio para montar e mixar o curta para o qual eu tinha feito a trilha. Fui parar na casa de Macalé. E ele tocou violão. Me encantei. Ele tocou com Beta, lançou composições, chamei-o para Londres e: ‘Transa’. Na volta, ele e eu seguimos na música. Que a música siga mantendo a essência desse ipanemense amado”, afirmou Caetano Veloso.

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