Menino com uniforme de escola morre ao ser baleado em Maricá, no RJ; moradores fazem protesto

Um menino de 10 anos morreu na manhã desta quarta-feira após ser baleado próximo de um condomínio na Estrada do Bosque Fundo, em Maricá, na Região Metropolitana do Rio. No momento em que foi atingido, ele usava o uniforme de escola municipal da cidade e estava a caminho da unidade de educação. A vítima foi identificada como Dijalma de Azevedo.

Segundo a Polícia Militar, equipes do 12º BPM (Niterói) realizavam policiamento quando foram recebidas a tiros no local. Uma viatura também foi atingida por disparos. Os agentes afirmam que, após confronto, já encontraram a vítima sem vida no chão.

O Corpo de Bombeiros foi acionado para a ocorrência às 7h05. No local, o menino foi encontrado sem vida. Outras duas mulheres foram levadas para o Hospital Che Guevara, no bairro São José de Imbassai, mas são consideradas, pela corporação, “vítimas verdes”. A classificação é mais leve dos Bombeiros, indica que não tiveram ferimentos graves. Em nota, a Prefeitura de Maricá afirma que uma delas teve ferimento ocasionado por uma pedrada no rosto e outra foi atingida por estilhaços de bomba, também na face.

Em vídeos gravados por moradores no local, uma mulher aparece abraçada ao corpo de Dijalma, que está caído no chão. Ela chora muito. Uma outra mulher a afasta do estudante e a abraça. É possível escutar uma pessoa pedindo para chamar uma ambulância. Dois homens cobrem o corpo com um lençol branco.

Num outro vídeo, muitos moradores aparecem ao redor do corpo do menino, que está coberto por um lençol branco. As pessoas acusam os policiais militares que estão no local pela morte. Uma mulher levanta o lençol, mostrando parte do corpo da vítima, no que é possível ver que ele usava o uniforme escolar. Um homem repete: “Mataram uma criança, mataram uma criança agora”.

Moradores fazem protesto após a morte de estudante em Maricá — Foto: Gabriel de Paiva/Agência O Globo

Moradores fazem protesto após a morte de estudante em Maricá

Moradores protestam a morte da criança. Há registros de incêndio de lixo na rua e panos brancos são balançados. Em um lençol, exigem a blusa da escola e a frase “PM mata criança indo p/ escola”. Questionada, a corporação ainda não retornou.

Ao longo da manhã, as pessoas continuam concentradas no local da morte. Por volta das 9h45, o carro da Defesa Civil, com o corpo do menino, deixou o conjunto habitacional. Ele foi levado para o Instituto Médico-Legal do Barreto, em Niterói, onde chegou 40 minutos depois.

Menino morre baleado em Maricá; e moradores fazem protesto — Foto: Reprodução/TV Globo

Cerca de oito viaturas da PM estavam no local por volta das 8h30. A área foi isolada e a perícia acionada. A 4ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) também foi acionada ao local.

Segundo a prefeitura, “equipes das secretarias municipais de Direitos Humanos e Assistência Social deslocaram-se imediatamente para o local, prestando todo o apoio e solidariedade à família de Djalma”.

“Não vamos deixar que esse crime fique impune, nem que tragédias como essa, incomuns na nossa cidade, sejam naturalizadas”, afirmou o prefeito Fabiano Horta em comunicado.

Nota de pesar

Nesta manhã, a Escola Municipal Professor Darcy Ribeiro, onde Dijalma estudava, lamentou, por meio de nota nas redes sociais, a morte do menino. Ele estudava na unidade e usava o uniforme quando foi atingido e morto.

“A Secretaria de Educação de Maricá manifesta seu mais profundo pesar pelo falecimento do Dijalma de Azevedo, aluno da Escola Municipal Professor Darcy Ribeiro. Em nome de toda a equipe, o Secretário de Educação, professor Márcio Jardim, presta condolências e se solidariza com os familiares e amigos pela perda irreparável”, diz a nota publicada nas redes sociais.

Na postagem, pessoas desejam força à família e lamentam a morte do estudante.

“Meu Deus, ele estudou com minha filha na creche, inacreditável, que Deus console a família!”, escreveu uma pessoa.

“Fico me perguntando até quando vai isso, até quando a gente vai ser obrigada a enterrar pessoas por causa desse crime, enterrar um inocente. Um anjinho que Deus está recebendo de braços abertos; a população não merece isso”, escreveu outro.

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