Maricá: Hospital Municipal Conde Modesto Leal promove diálogos sobre o combate à violência contra a mulher
Iniciativa faz parte do projeto Orientando o Acompanhante e marca, ainda, a campanha Agosto Lilás na unidade
A Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Saúde, realizou, na segunda-feira (18), uma roda de conversa no Hospital Municipal Conde Modesto Leal, no Centro, para marcar o Agosto Lilás, mês de conscientização pelo fim da violência contra a mulher. A atividade faz parte do projeto Orientando o Acompanhante e apresentou às pessoas formas de identificar situações de violência contra o público feminino e os caminhos para a denúncia dos crimes. A ação teve o apoio da equipe da Casa da Mulher e de profissionais dos serviços de Atenção Primária.
O projeto Orientando o Acompanhante tem a missão de oferecer informações de qualidade sobre diversos temas às pessoas que estão responsáveis pelos pacientes. A base para escolha do assunto leva em consideração a promoção, prevenção e proteção da saúde, além de contemplar temas relacionados aos direitos e deveres dos pacientes.
As reuniões são conduzidas pelos assistentes sociais com apoio da equipe multidisciplinar do hospital e possibilitam reflexões sobre a rotina de hospitalização, melhoram a qualidade de permanência na unidade e preparam a organização para o pós alta médica. Com essa abordagem completa e integrada, o papel de destaque do acompanhante é reforçado.
O secretário de Saúde, Marcelo Velho, pontuou que a roda de conversa sobre o Agosto Lilás uniu conscientização e cuidado ao público feminino.
“A roda de conversa do Agosto Lilás dentro do projeto Orientando o Acompanhante é uma ação fundamental para sensibilizar sobre a prevenção e o enfrentamento à violência contra a mulher. No Hospital Conde Modesto Leal, estamos unindo informação e acolhimento, fortalecendo a rede de proteção e cuidado à saúde da mulher em nosso município”, garantiu.
Andréia Vasconcelos, coordenadora do Serviço Social do hospital, reforçou o impacto da iniciativa no cotidiano dos acompanhantes e pacientes.
“O nosso maior objetivo foi promover essa conscientização, mostrando os impactos que a violência causa na vida da mulher. Com a equipe da Casa da Mulher e da Atenção Primária, mostramos a integração para oferecer as orientações adequadas”, acrescentou.
Moradora de Maricá, Rosemary participou da conversa. Ela acompanha a mãe, internada com quadro de demência:
“Essa reunião foi muito importante porque demonstra a aproximação entre médicos e assistentes sociais para nos acolher e informar de um assunto essencial. Só tenho a agradecer pela oportunidade de participar”, concluiu.
Saiba como denunciar
De acordo com dados da Vigilância Epidemiológica do município, através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), cerca de 80% dos casos de violência notificados em Maricá têm como vítimas as mulheres. Entre 2024 e junho de 2025, foram notificados 1.124 atos desse tipo, incluindo crianças, adolescentes, adultas e idosas do gênero feminino.
Na faixa etária de mulheres de 20 a 59 anos, 615 casos são por violência interpessoal. Em grande parte dessas situações, os autores são pessoas com as quais as vítimas mantêm ou mantiveram relacionamento amoroso, o que evidencia a importância de denunciar nos primeiros sinais de violência, seja ela física, emocional ou financeira.
As denúncias desses casos devem ser feitas pela Central de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência, através do 180, disponível 24 horas. Em Maricá, também é oferecido apoio na Casa da Mulher, localizada na Rua Vereador Luiz Antônio da Cunha, nº 50, no Centro, com funcionamento de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Mulheres em situação de perigo também podem acionar o grupamento Maria da Penha da Guarda Municipal nos números 96809-1516 e 153, que funcionam 24 horas.