O encontro teve foco na prevenção e resposta rápida a emergências escolares como estabelece a Lei Lucas

Nesta segunda-feira (7), a Escola Municipal João XXIII se transformou em um espaço de aprendizado e conscientização sobre situações emergenciais. A formação em primeiros socorros reuniu mais de 150 professores, coordenadores e demais profissionais da rede municipal de ensino, com foco em preparar os educadores para agir com segurança e eficácia diante de engasgos, paradas respiratórias e outros acidentes com os estudantes — como prevê a Lei Lucas.

A palestra, conduzida pelo enfermeiro Ricardo Dias, foi marcada por uma abordagem dinâmica e participativa. Iniciando com uma explicação sobre a importância da atuação imediata nos primeiros minutos de uma emergência, Ricardo apresentou cenários reais e orientou os educadores sobre como identificar sinais de parada cardiorrespiratória, realizar compressões torácicas, agir diante de crises convulsivas, além de abordar noções básicas de imobilização e acionamento de socorro médico.

Os participantes puderam interagir e praticar manobras com bonecos simuladores, proporcionando uma experiência prática e realista, especialmente importante para reforçar o aprendizado em situações de pressão.

Voluntariado e preparo

A professora Denise Vieira, da Escola Municipal Professora Célia Sobreira, foi uma das voluntárias durante as demonstrações. “Ver, ouvir e praticar faz toda a diferença. Senti que estou mais preparada para proteger meus alunos em uma situação extrema. A gente nunca espera, mas precisa estar pronta”, afirmou.

Além dos aspectos técnicos, a formação também abordou a responsabilidade dos profissionais de educação na prevenção de acidentes e o papel das escolas em criar protocolos internos de segurança. Segundo o palestrante Ricardo Dias, “a escola precisa ser um ambiente seguro não só no ensino, mas também na estrutura de cuidado com as crianças. E isso começa por quem está ali no dia a dia com elas: os educadores”, disse.

Ao longo da formação, os presentes se mostraram atentos e engajados, trocando dúvidas, experiências e compreendendo a importância de aplicar o conhecimento com calma e eficiência, e no final receberam um certificado de participação.

A coordenadora de ensino Gisele Carla destacou que essa é apenas uma das formações previstas para ampliar a capacitação da rede. “Essa manhã foi essencial. A gestão tem trabalhado para garantir esse tipo de preparo para todos, e hoje demos mais um passo importante para garantir a integridade física e emocional dos nossos estudantes”

A coordenadora pedagógica Alessandra Russo complementou dizendo: “Foi bonito ver o comprometimento de todos. A segurança na escola começa com ações como essa, de formação humanizada e com foco no cuidado”, avaliou.

A Lei Lucas (Lei nº 13.722/2018) surgiu após o incidente e morte de Lucas Begalli, de 10 anos, falecido em 2017 após se engasgar com um pedaço de salsicha em um passeio escolar. Na ocasião, os profissionais da unidade escolar não estavam preparados para lidar com a situação. Depois da Lei, é obrigatória a capacitação em primeiros socorros para professores e funcionários das escolas de ensino básico e recreação infantil.