Lula reúne ministros que foram governadores para tratar de segurança pública e pede apoio na aprovação de projetos
Presidente buscou avaliações de ministros sobre medidas para enfrentamento ao crime. Reunião ocorreu em meio à mobilização de parlamentares em torno do projeto de lei antifacção.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta quinta-feira (13), no Palácio do Planalto, com ministros que foram governadores para tratar de segurança pública.
A reunião foi convocada nesta quarta-feira (12), dia de grande movimentação no Executivo e no Congresso Nacional em torno do projeto de lei antifacção, que estava na pauta da Câmara mas teve a análise adiada.
Segundo a TV Globo apurou, dos nove ministros presentes à reunião com Lula, seis foram governadores e lidaram diretamente com segurança pública quando administraram seus estados.
São eles:
- Rui Costa (Casa Civil), ex-governador da Bahia
- Waldez Góes (Integração), ex-governador do Amapá
- Renan Filho (Transportes), ex-governador de Alagoas
- Camilo Santana (Educação), ex-governador do Ceará
- Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio), ex-governador de São Paulo
- Wellington Dias (Desenvolvimento Social), ex-governador do Piauí
De acordo com um dos participantes, o objetivo da conversa foi fazer uma avaliação geral sobre o tema. Lula queria ouvir as opiniões dos atuais ministros sobre o tema.
“É preciso saber o que fazer para resolver o problema da insegurança e montar um discurso. O assunto tem gerado muito engajamento”, disse um ministro antes da reunião..
Lula pede apoio
Após a reunião, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, confirmou o objetivo do encontro.
Segundo Gleisi, o presidente Lula pediu um empenho dos ministros que foram governadores para sensibilizar o Congresso e aprovar os projetos de interesse do governo — incluindo a PEC da Segurança Pública.
“Foi uma reunião muito interessante e produtiva porque os nossos ministros e ex-governadores reiteraram a importância da aprovação desses marcos legais, principalmente a PEC da Segurança, que desde abril está no Congresso, na Câmara dos Deputados, para fazer exatamente a integração das forças de segurança federal com as estaduais e municipais”, afirmou.
“O presidente queria ouvir sobre isso e pedir o empenho dos governadores também para sensibilizar o Congresso, a gente aprovar isso para nos dar mais instrumentos para fazer esse enfrentamento conjunto com os estados”,, prosseguiu.
“Então, foi uma reunião que o presidente quis ter informações de todas essas áreas, estar com essas informações e pedir a esse conjunto de ministros que atuem no sentido de que a gente possa avançar na aprovação desses temas no Congresso da melhor forma possível”.
Gleisi disse ainda que os ministros que já foram governadores reafirmaram a importância dos dois projetos que tramitam no Congresso e que, apesar de muitos governadores serem contra a proposta que integra forças de segurança pública do país, os ex-governadores se posicionaram a favor da medida.
“Eu sei que tem alguns governadores que criticam, mas eles defendem porque isso dá condições de integrar o trabalho das forças de segurança, desde o planejamento da ação. Hoje muitas ações acontecem já integradas, mas não estão previstas constitucionalmente. Então fica muito da vontade. Eu acho que a gente tem que constitucionalizar. Então todos foram nesse sentido”, afirmou a ministra.
Durante a coletiva a ministra reforçou que o parecer do relator do projeto antifacção ainda possui pontos que preocupam o governo.
O deputado apresentou na noite desta quarta (12) uma nova versão do texto. A proposta, no entanto, ainda não engloba todos os pontos que o governo considera importantes.
Entre os pontos defendidos pelo governo estão a criação do tipo penal ‘facção criminosa’, o reestabelecimento de todos os fundos da Polícia Federal e o perdimento extraordinário.
Reunião entre Motta e governadores
Nesta quarta, governadores da direita se reuniram com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Eles pediram e conseguiram o adiamento da votação do projeto contra facções.
Desde a crise de segurança no Rio de Janeiro, no fim de outubro, o grupo tem atuado de forma unificada nas articulações de medidas de combate ao crime organizado.

