Lula lidera cenários para 2026; Flávio é o mais bem posicionado na direita, segundo pesquisa
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera todos os cenários de primeiro turno e venceria todos os adversários no segundo turno se as eleições fossem hoje, aponta pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta terça-feira, 16. Este é o primeiro levantamento do instituto após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se lançar como pré-candidato à Presidência.
O filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro foi testado em todos os cenários de primeiro turno, já que vem dizendo que a única possibilidade de retirar sua candidatura é se seu pai for candidato. Bolsonaro está preso na superintendência da Polícia Federal em Brasília após ter sido condenado por tentativa de golpe de Estado.
Nos cenários espontâneos, Lula tem 20% das intenções de voto. Jair Bolsonaro tem 5% das intenções de voto. Flávio tem os mesmos 5%. Outros 65% se dizem indecisos.
A Quaest fez diferentes cenários eleitorais estimulados, dependendo de governadores de direita que podem se lançar candidatos à Presidência, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Jr. (PSD-PR). Em todos eles, Flávio fica em segundo lugar, atrás apenas de Lula.
No cenário com Ratinho Jr., Lula tem 39% das intenções de voto; Flávio tem 23%; Ratinho, 13%; Renan Santos (Missão), 2%; Aldo Rebelo (Democracia Cristã), 2%. Indecisos somam 5% e 16% dizem que votarão em branco, nulo ou não votarão.
No cenário com Tarcísio, o atual presidente tem 41%; Flávio mantém 23%; Tarcísio tem 10%. No cenário com Zema, o petista tem 39%; Flávio, 26%; o governador mineiro, 6%. No cenário com Caiado, Lula tem 39%; o senador, 27%; o governador goiano, 4%.
A Quaest também testou um cenário em que três dos governadores — Ratinho, Caiado e Zema — saiam candidatos. Apenas Tarcísio ficou de fora nessa projeção. A mesma divisão se mantém: Lula tem 37%; Flávio, 23%; Ratinho, 11%; Zema, 4%; Caiado, 3%.
Um último cenário inclui o ex-ministro Ciro Gomes (PSDB). Neste caso, Lula teria 34% (o cenário com maior redução do seu porcentual); Flávio teria 21%; Ratinho, 12%; Ciro, 8%; Zema, 4%; Caiado, 2%; Santos, 1%; Rebelo, 1%.
Nas simulações de segundo turno, Lula tem de 10 a 12 pontos porcentuais de vantagem em relação aos adversários. A seguir, os cinco cenários:
– Lula 46% x 36% Flávio;
– Lula 45% x 35% Tarcísio;
– Lula 45% x 35% Ratinho;
– Lula 44% x 33% Caiado;
– Lula 45% x 33% Zema.
No caso de Flávio Bolsonaro, o instituto registrou um crescimento no porcentual do senador em relação a agosto, quando seu nome foi testado pela primeira vez. Naquela época, Flávio ainda não havia anunciado sua intenção de se candidatar como representante de seu pai. Em agosto, o filho mais velho do ex-presidente tinha 32% contra 48% do petista.
Ao mesmo tempo, Flávio aumentou sua rejeição nos últimos meses. Segundo a pesquisa de dezembro, 60% o conhecem e não votariam nele, enquanto 28% dizem que conhecem e votariam. Em agosto, 22% diziam que conheciam e votariam nele, enquanto 55% o conheciam e não votariam nele.
A escolha de Jair Bolsonaro pelo seu primogênito foi apontada por 54% dos entrevistados pela Quaest como um erro. Para 36%, foi um acerto. A maior parte dos entrevistados (61%) disse ter ficado sabendo do anúncio de Flávio Bolsonaro, enquanto 39% disseram não ter ouvido falar sobre o assunto.
Os pesquisadores perguntaram, então, quem deveria ser o escolhido de Bolsonaro para disputar a Presidência da República. A ex-primeira-dama Michelle foi a primeira colocada, com 19%. Tarcísio, o segundo, com 16%. Ratinho Jr. foi o terceiro, com 11%. Pablo Marçal, Romeu Zema, Eduardo Bolsonaro, Ronaldo Caiado e Eduardo Leite ainda foram citados. Para 21%, no entanto, nenhum desses deveria ser o representante de Bolsonaro no pleito
Diante desse cenário, 61% disseram à Quaest que não votariam em Flávio de jeito nenhum. Apenas 13% disseram que votarão no senador, enquanto 23% afirmaram que podem votar no filho mais velho do ex-presidente.
O instituto Genial/Quaest ouviu 2.004 brasileiros entre os dias 11 e 14 de dezembro. A margem de erro é de dois pontos porcentuais e o índice de confiabilidade é de 95%.
Aprovação do governo
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é aprovado por 48% dos brasileiros e desaprovado por 49%, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta terça-feira, 16. O cenário é praticamente de estabilidade em relação ao mês passado, quando Lula era aprovado por 47% dos entrevistados e desaprovado por 50%.
Desde agosto deste ano, o presidente não viu grandes alterações nos porcentuais de avaliação de seu governo. Naquele mês, 51% desaprovavam o governo, enquanto 46% aprovavam. Outubro foi o mês em que essa curva mais se aproximou: 49% desaprovavam e 48% aprovavam.
Apesar do cenário de estabilidade, a pesquisa Genial/Quaest mostrou que 54% dos eleitores que se dizem independentes desaprovam o governo Lula, enquanto 42% aprovam. Em outubro deste ano, 48% desse grupo desaprovava a gestão e 46% aprovava.
Ao mesmo tempo, o presidente vem tendo uma queda de sua aprovação no Nordeste e uma melhora no Sudeste, Sul, Centro-Oeste e Norte. No Nordeste, que nos últimos anos foi responsável pelos maiores porcentuais de votação no PT, 57% aprovam o governo, enquanto 40% desaprovam. Em outubro, porém, 62% aprovavam e 36% desaprovavam.
Entre eleitores que ganham até dois salários mínimos, o presidente teve um aumento considerável em sua popularidade no último mês: 58% aprovam sua gestão hoje, contra 54% em novembro. O porcentual de desaprovação se manteve o mesmo: 40%. Entre os que ganham de dois a cinco salários mínimos, a pesquisa registra uma queda na popularidade: 54% desaprovam (eram 53% em novembro), enquanto 43% aprovam (eram 45% em novembro).
Quando questionados sobre a avaliação que faziam do governo, 34% afirmaram que o consideram positivo; 25%, como regular; e 38% como negativo. Em relação ao mês passado, houve estabilidade no porcentual dos que consideram a gestão como negativa (os mesmos 38%), aumento nos que avaliam como positiva (de 31% em novembro para 34% agora) e queda nos que a veem como regular (de 28% em novembro para 25% hoje).
As áreas com melhor avaliação são o apoio à cultura e às artes, geração de empregos, promoção de oportunidades para todos e educação. Em todos esses o porcentual de avaliações positivas supera o de avaliações negativas. As áreas com pior avaliação são combate à corrupção, segurança pública e gestão da economia. Nessas três, as avaliações negativas superam as positivas.
O instituto Genial/Quaest ouviu 2.004 brasileiros entre os dias 11 e 14 de dezembro. A margem de erro é de dois pontos porcentuais e o índice de confiabilidade é de 95%.

