10 de setembro de 2025
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Lobo-guará é amigo da agropecuária e pode beneficiar produção

Luan de Brito é graduado em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb), onde iniciou os estudos sobre o lobo-guará ( Chrysocyon brachyurus ), investigando indícios comportamentais de fêmeas relacionados ao ciclo estral – período do cio –, com o objetivo de aprimorar o manejo reprodutivo da espécie em programas de conservação.

No mestrado em Biologia de Vertebrados pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), como bolsista da CAPES/MEC, aprofundou as investigações, analisando a influência do sexo e do temperamento de lobos-guará nas respostas ao enriquecimento ambiental.

Agora, no doutorado em Biologia Animal pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), também com a bolsa da agência do governo federal, desenvolve pesquisa sobre os impactos da agropecuária na ecologia, fisiologia e distribuição espacial do lobo-guará na América do Sul.

Sobre o que é a sua pesquisa? Explique de forma mais detalhada o conteúdo do trabalho.

O estudo que desenvolvo no doutorado envolve desde a coleta de dados geoespaciais e a análise de marcadores fisiológicos até o uso de ferramentas de modelagem espacial para identificar áreas prioritárias para a conservação do lobo-guará. Um aspecto central é avaliar como a espécie responde ao avanço dessas atividades humanas e de que forma produtores rurais podem se beneficiar de sua presença, por exemplo, pela regulação natural de populações de presas que causam prejuízos às lavouras.

O que vale destacar de mais relevante na sua pesquisa?

O que considero mais relevante na minha pesquisa é o potencial de gerar soluções integradas que conciliem conservação e produção agrícola. Ao identificar áreas de maior sobreposição entre a atividade agropecuária e a ocorrência do lobo-guará, e compreender os efeitos dessa interação sobre o comportamento e a saúde da espécie, é possível propor práticas de manejo que favoreçam tanto a biodiversidade quanto a sustentabilidade das propriedades rurais.

De que forma a sua pesquisa pode contribuir para a sociedade?

A contribuição social desse trabalho se dá pela redução de conflitos entre humanos e fauna, pela conservação de uma espécie-chave do Cerrado e pelo apoio ao desenvolvimento de políticas públicas baseadas em evidências. Além disso, os resultados podem subsidiar ações educativas e estratégias de valorização da fauna silvestre junto às comunidades rurais.

De que forma a bolsa da CAPES contribui para sua formação?

A bolsa da CAPES tem sido fundamental em todas as etapas da minha formação acadêmica, garantindo dedicação exclusiva à pesquisa, viabilizando o trabalho de campo e análises laboratoriais, além de possibilitar a participação em eventos científicos nacionais e internacionais. Esse apoio é essencial para a continuidade e o aprofundamento dos estudos, permitindo que os resultados gerados tenham alcance e aplicabilidade tanto no meio científico quanto na sociedade em geral.

 

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