28 de novembro de 2025
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Ligue 180: sessão na Câmara Federal celebra os 20 anos da central de atendimento à mulher

Durante a sessão solene, o Ministério das Mulheres lançou o Guia Prático – Ligue 180 e recebeu a Carta de Intenções para o fortalecimento do serviço

s 20 anos da Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 foram celebrados em uma sessão solene realizada na noite de quinta-feira (27), na Câmara dos Deputados, com a presença da ministra das Mulheres, Márcia Lopes, de secretárias do Ministério, de profissionais que estão na linha de frente do serviço, além de autoridades dos poderes Legislativo e Judiciário. O serviço gratuito, disponível 24 horas por dia, todos os dias da semana, é um símbolo do Governo do Brasil no combate à violência contra as mulheres.

“Quero homenagear as milhões de mulheres que ligaram, que pediram ajuda e romperam o silêncio, mas também aquelas que ainda irão romper. É por elas que continuaremos trabalhando todos os dias. Nosso compromisso é seguir fortalecendo o Ligue 180 para que ele continue sendo exatamente como o Brasil precisa”, afirmou a ministra.

Por meio do Ligue 180, é possível registrar denúncias de violência contra mulheres, obter orientação sobre leis e direitos, além de buscar informações sobre a localidade dos serviços especializados da rede de atendimento às mulheres (Casa da Mulher Brasileira, Centros de Referência, delegacias especializadas, Defensorias Públicas, entre outros).

Ainda em seu discurso, Márcia Lopes destacou a escuta qualificada e o trabalho fundamental das profissionais que atuam no Ligue 180, acolhendo as vítimas e assegurando os desdobramentos das denúncias de violência.

“Quero deixar registrado o meu profundo respeito e agradecimento às atendentes da Central Ligue 180. Elas são a porta de entrada do Estado brasileiro: acolhimento, presença e porto seguro — seja pelo acolhimento, pela palavra, pela mediação em Libras ou por todas as formas de comunicação que tornam o atendimento acessível”, afirmou.

A secretária Nacional de Enfrentamento à Violência contra Mulheres, Estela Bezerra, lembrou que foi em 2005, durante o primeiro governo do presidente Lula, que o Ligue 180 foi criado como canal de atendimento às mulheres. Em 2014, o serviço ganhou um canal de denúncia de violência, sob a gestão da presidenta Dilma Rousseff, com encaminhamento às autoridades competentes e acompanhamento pelo Governo.

Em seu discurso, Estela Bezerra destacou que o enfrentamento à violência contra as mulheres é um compromisso da sociedade.

“A violência contra a mulher não é um segredo. Ela precisa não apenas ser denunciada pelas mulheres, mas também pela sociedade como um todo. Celebrar o Ligue 180 é, portanto, um apelo à sociedade para que não seja conivente com a violência contra as mulheres. Essa luta não pode ser apenas do Ministério das Mulheres, apenas do governo; é uma luta da sociedade, de todas as instituições”, enfatizou a secretária.

Guia Ligue 180

Durante o evento, o Ministério das Mulheres lançou o Guia Prático do Ligue 180 e recebeu a Carta de Intenções para o fortalecimento do serviço, assinada por parlamentares comprometida com iniciativas de proteção das mulheres.

O documento, lançado pelo Ministério das Mulheres durante a sessão solene, fortalece a prevenção e o enfrentamento às violências contra as mulheres ao informar a população sobre o funcionamento da Central de Atendimento à Mulher para que todas as pessoas possam utilizar o serviço, não apenas mulheres em situação de violência.

Equipe do Ligue 180

A coordenadora-geral do Ligue 180, Ellen dos Santos Costa, homenageou, na sessão, todas as pessoas que trabalham na Central de Atendimento à Mulher, destacando o papel fundamental no acolhimento das vítimas de violência. A equipe conta com 346 profissionais, entre atendentes, analistas, psicólogas, coordenadoras, monitoras, analista de tráfego e gerente. Do total, são 298 atendentes e analistas, incluindo trabalhadoras bilíngues.

“Do outro lado da linha, o que essas mulheres encontram são outras mulheres que não julgam, que acolhem, orientam, respiram junto e dizem: ‘você não está sozinha’. Muitas vezes, é a primeira vez que a vítima escuta isso na vida”, afirmou.

Autora do pedido de realização da sessão solene, a deputada Erika Kokay (PT-DF) destacou a importância do Ligue 180 para o rompimento do ciclo de violência.

“São 20 anos de acolhimento, de escuta e de esperança, dando voz às mulheres que sofrem violência e garantindo a elas o direito de serem ouvidas, de denunciarem e de buscarem proteção”, afirmou a parlamentar.

As profissionais que atuam no Ligue 180 passam por capacitações permanentes, aperfeiçoando a escuta qualificada com recorte de raça, gênero e território.

A representante do Conselho Nacional de Justiça, juíza auxiliar Suzana Massako Hirama Loreto de Oliveira, lembrou que o serviço acolhe as mulheres que vivem no Brasil ou no exterior.

“O Ligue 180 não é apenas um número; é, antes de tudo, esperança, um abrigo simbólico onde muitas mulheres encontram, pela primeira vez, alguém que diga: ‘você não está sozinha’”, declarou.

Encaminhamento das denúncias

As denúncias de violência contra as mulheres podem ser feitas por telefone (180), pelo Whatsapp através do número (61) 9610-0180, pelo email: central180@mulheres.gov.br e por meio do atendimento em Libras no site: gov.br/mulheres/ligue180/libras. O atendimento é sigiloso e as denúncias podem ser registradas de forma anônima ou por terceiros. Em casos de emergência, deve ser acionada a Polícia Militar pelo telefone 190.

Todas as denúncias são encaminhadas para os órgãos de investigação dos Estados e do Distrito Federal, incluindo a Polícia Civil e o Ministério Público. O Ministério das Mulheres realiza o acompanhamento dos casos, oferecendo suporte às vítimas em parceria com os governos estaduais, municipais e distrital.

Para agilizar o fluxo de encaminhamento e capacitar pontos focais junto aos gestores locais, o Ministério das Mulheres firmou um Acordo de Cooperação Técnica (ACT). Ao todo, 14 estados já aderiram ao ACT: Sergipe, Pernambuco, Bahia, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Pará, Piauí, Acre, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão, além do Distrito Federal e do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

Banda Ligue 180

Composta por quatro profissionais que trabalham na Central de Atendimento à Mulher, a banda Ligue 180 se apresentou na sessão solene, cantando o Hino Nacional Brasileiro na abertura. Depois, a banda interpretou músicas que marcaram a luta por direitos e representam a resistência feminina, como “Maria, Maria”, de Milton Nascimento.

21 Dias de Ativismo

A sessão solene na Câmara Federal integrou a programação dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência e do Racismo contra as Mulheres, que teve início no dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, e segue até 10 de dezembro, Dia Internacioal dos Direitos Humanos. Neste ano, o Ministério das Mulheres preparou uma série de ações para a campanha em parceria com outros órgãos de governo e com a sociedade civil. Clique aqui para mais informações.

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