10 de novembro de 2025
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Investimento de R$ 11,4 milhões: Águas do Rio replica modelo de esgotamento da Zona Sul para devolver praias da Ilha do Governador aos cariocas no ano que vem

Concessionária está instalando coletores que irão impedir que 4,9 milhões de litros de esgoto caiam na Baía de Guanabara todos os dias

 

Depois de tornar praias poluídas como a do Flamengo, Glória e Botafogo próprias para banho, a Águas do Rio aponta a orla da Ilha do Governador como a próxima a ser devolvida aos cariocas. A boa notícia ainda está em construção, com a reforma da Estação de Tratamento da Ilha e a interceptação dos esgotos que ainda teimam em cair na baía, com os chamados coletores em tempo seco, similares ao sistema implantado na Zona Sul. O projeto, que faz parte do plano macro de recuperação da Baía de Guanabara, promete tornar próprias para banho as praias da Bica, da Guanabara e da Engenhoca até o fim de 2026.

As obras em andamento vão deixar de legado para a Ilha cinco pontos de coleta, localizados na Praia de São Bento e nos bairros Portuguesa, Corredor Esportivo e Jardim Guanabara, para reter o esgoto que hoje é lançado in natura na Baía de Guanabara. A conclusão está prevista para junho de 2026, quando mais de 4,9 milhões de litros de água contaminada deixarão de poluir o ecossistema local, o equivalente a 2 piscinas olímpicas todos os dias.

“As obras serão concluídas no próximo ano e acreditamos que, com a interceptação do esgoto que era lançado no mar, a natureza iniciará um processo gradual de regeneração. Esperamos observar os primeiros resultados já em 2026. Esse processo evolui progressivamente, como vimos nas praias da Zona Sul e de Paquetá”, explica Sinval Andrade, diretor institucional da Águas do Rio.

As ações da Águas do Rio na Ilha do Governador se intensificaram em 2024, com uma força-tarefa para eliminar ligações clandestinas e recuperar a rede de drenagem. Desde então, 249 pontos irregulares de despejo foram desativados e mais de 2 mil desobstruções foram feitas em tubulações comprometidas pela falta de manutenção. As melhorias já somam R$ 11,4 milhões, incluindo a reforma em andamento da Estação de Tratamento de Esgoto do bairro, que irá receber e tratar o esgoto que seria despejado in natura na Baía de Guanabara, e que futuramente será interceptado pelos coletores.

“Ampliar a capacidade da ETE é fundamental porque o volume de esgoto direcionado à unidade já vem aumentando e seguirá crescendo nos próximos anos. Quando falamos em saneamento básico, tudo é gradual e precisa de muito planejamento estratégico, dentro de um cronograma que exige um passo de cada vez”, explica Fábio Dias, diretor executivo da Águas do Rio, responsável pelas obras na região.

 

Trabalho de fiscalização e de manutenção para três praias balneáveis até 2026

As praias da Guanabara, da Bica e da Engenhoca são as com maior potencial de recuperação em um prazo menor. Isso porque a própria posição geográfica desses trechos favorece a renovação natural da água, potencializando o efeito do reforço no tratamento de esgoto e do combate ao despejo irregular.

“Em função desses fatores, nossa projeção é otimista: essas três praias, procuradas por sua gastronomia, vida ao ar livre e contemplação da natureza, ficarão próprias para banho até o fim de 2026”, afirma Fábio.

Essa projeção é embasada em resultados que já são visíveis nos boletins de balneabilidade do Inea. Entre janeiro e setembro de 2025, o trecho da Praia da Bica em frente à Rua Henrique Lacombe foi considerado próprio para banho em 40% das medições, um salto que representa quase o dobro do índice registrado no mesmo período de 2024 (21,4%).

 

Investimentos até 2033

A Águas do Rio já investiu R$ 5,1 bilhões em quatro anos de operação e deve aportar R$ 19 bilhões até 2033. O foco dos investimentos está na universalização dos serviços de saneamento no Rio de Janeiro, com 99% da população tendo acesso à água tratada e 90% à coleta e tratamento de esgoto nas áreas urbanas.

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