Integrante de organizada do Peñarol é condenado a 6 anos de prisão após baderna no Recreio dos Bandeirantes

Ruben Ezequiel Rodrigues Acuna respondia por associação criminosa com uso de arma de fogo, corrupção de menores e incêndio. Ele pode recorrer.

A Justiça do RJ condenou, na sexta-feira (15), o torcedor uruguaio Ruben Ezequiel Rodrigues Acuna a mais de 6 anos de prisão. Integrante de uma torcida organizada do Club Atlético Peñarol, ele foi condenado por envolvimento em uma série de crimes durante uma confusão generalizada no Posto 12, na praia do Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, em outubro de 2024.

Acuna está preso e pode recorrer da decisão.

Após dez meses, a decisão foi proferida pela 41ª Vara Criminal da Comarca da Capital, que considerou Acuna culpado pelos crimes de associação criminosa com uso de arma de fogo, corrupção de menores e incêndioA pena inclui também o pagamento de 13 dias-multa.

Acuna e outros membros da torcida organizada do Peñarol chegaram ao Recreio em ônibus particulares horas antes da partida contra o Botafogo pela semifinal da Copa Libertadores.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, após consumirem bebidas alcoólicas em quiosques da orla, os integrantes do grupo iniciaram uma discussão com funcionários de um dos estabelecimentos, alegando que não iriam pagar pelos produtos consumidos.

A situação se agravou com a passagem de torcedores do Botafogo, o que levou o grupo a iniciar agressões físicas, arremessando objetos como pedras, garrafas e cadeiras.

Grupo destruiu tudo que viu pela frente

Segundo a investigação, durante o tumulto, o grupo destruiu o quiosque, roubou dinheiro e objetos do estabelecimento, praticou injúria racial contra um funcionário e ateou fogo em motocicletas e um carro estacionados em um rotativo.

Na ocasião, câmeras de segurança registram a confusão. A polícia foi chamada e houve confronto entre os agentes e os torcedores. Bombas de efeito moral chegaram a ser utilizadas e o grupo foi contido e obrigado a se sentar no chão da orla da praia do Recreio, próximo ao posto 12.

Durante a confusão, um ônibus que transportava torcedores uruguaios também foi queimado.

Ação orquestrada, diz juiz

 

O juiz Paulo Roberto Sampaio Jangutta destacou na sentença que a associação criminosa era “bem orquestrada”, com planejamento iniciado no Uruguai e execução no Brasil.

“A quantidade de pessoas envolvidas extrapola o mínimo exigido para configuração do crime. Foram pelo menos cem integrantes, o que torna os danos muito mais devastadores”, afirmou.

 

A defesa tentou, por diversas vezes, a revogação da prisão preventiva, alegando excesso de rigor na fixação da pena e pedindo a mudança para o regime semiaberto. Os pedidos foram negados pelo juiz, que considerou as circunstâncias judiciais negativas e o alto grau de periculosidade do grupo.

Vários uruguaios são réus

 

Outros 15 torcedores ainda respondem por crimes relacionados ao tumulto que aconteceu na Praia do Recreio.

Dez deles tiveram as medidas cautelares suspensas e foram autorizados a voltar para o Uruguai, onde se encontram atualmente.

Cinco estão em liberdade, no Brasil. Impedidos de deixar o país, eles usam tornozeleira eletrônica. Os demais foram inocentados ou conseguiram a extinção da punibilidade.

Raio-X do caso

 

  • 238 uruguaios foram presos e o caso registrado em duas delegacias (16ª DP e 42ª DP);
  • 216 foram liberados nas delegacias no dia do caso;
  • 21 foram presos preventivamente e 1 adolescente foi apreendido, desses 20 tiveram a prisão revogada passando a cumprir medidas cautelares como tornozeleira e apresentação a cada dois meses à Justiça;
  • 1 segue preso e foi condenado (Ruben Ezequiel Rodrigues);
  • O adolescente apreendido foi cumprir medida no Uruguai, seu país de origem.

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *