13 de novembro de 2025
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InfoGripe: casos de SRAG aumentam em crianças no MS, PA e RJ

novo Boletim InfoGripe da Fiocruz alerta que casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) têm impactado principalmente as crianças. Divulgada nesta quinta-feira (13/11), a análise aponta que o Mato Grosso do Sul, o Pará e o Rio de Janeiro são os três estados que apresentam incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco. O crescimento desses casos atinge, em sua maioria, as crianças e os adolescentes, e tem sido impulsionado pelo rinovírus.

O cenário nacional sugere que os casos notificados de SRAG apresentam indícios de estabilidade nas tendências de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas). A análise é referente à Semana Epidemiológica (SE) 45, período de 2 de outubro a 8 de novembro.

O InfoGripe é uma estratégia do Sistema Único de Saúde (SUS) voltada ao monitoramento de casos de SRAG no Brasil. A iniciativa oferece suporte às vigilâncias em saúde na identificação de locais prioritários para ações, preparações e resposta a eventos em saúde pública.

Estados

InfoGripe.

 

No Rio de Janeiro, o metapneumovírus e a influenza A também têm contribuído para o crescimento dos registros de SRAG em recém-nascidos até os 4 anos. O estudo observa ainda que, no Mato Grosso do Sul, também foi verificado um aumento de SRAG na faixa etária entre 15 e 49 anos, porém ainda não há dados laboratoriais suficientes para determinar o vírus responsável por esse crescimento.

Além disso, 11 unidades federativas também apresentam incidência de SRAG em níveis de alerta, risco ou alto risco, porém sem sinal de crescimento na tendência de longo prazo: Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Piauí, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins.

A pesquisadora do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e do Boletim InfoGripe, Tatiana Portella informa que, na maioria desses estados, a alta de SRAG se concentra nas crianças e adolescentes de até 14 anos e tem como principal causa o rinovírus. “Em alguns estados do Sul, como Rio Grande do Sul e Santa Catarina, o metapneumovírus também tem contribuído para essa incidência”, complementa.

Em Goiás, a incidência de SRAG ainda está em nível moderado devido a recente onda de hospitalizações por influenza A, que continua em declínio no estado. Em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia, as hospitalizações por influenza A continuam aumentando.

A análise observou ainda a manutenção do aumento das notificações de SRAG por Covid-19 no Paraná, Santa Catarina e São Paulo, além do início ou retomada do crescimento no Espírito Santo e Mato Grosso do Sul.  Por outro lado, o estudo mostra que o número de hospitalizações semanais pelo vírus permanece em níveis baixos nesses estados, com exceção do Espírito Santo, onde os casos graves seguem em patamar moderado.

Capitais

Duas das 27 capitais do país apresentam nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas) com sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas quatro semanas) até a SE 45: Porto Alegre (Rio Grande do Sul) e São Paulo (São Paulo).

O aumento de casos de SRAG na capital paulista se concentra na população de jovens, adultos e idosos, e tem sido impulsionado principalmente pela influenza A e, entre os idosos, pela Covid-19.

Já em Sergipe (Alagoas), a incidência de SRAG se mantêm em nível moderado devido ao aumento atípico das hospitalizações por vírus sincicial respiratório (VSR) para essa época do ano, atingindo especialmente crianças de até dois anos.

Dados epidemiológicos

No ano de 2025, já foram notificados 207.852 casos de SRAG, sendo 109.566 (52,7%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 76.111 (36,6%) negativos, e ao menos 8.736 (4,2%) aguardando resultado laboratorial. Entre os casos positivos do ano corrente, observou-se 39,5% foram devido a VRS; 28,5% a rinovírus; 23,1% a influenza A; 8,3% a Sars-CoV-2 (Covid-19); e 1,2% a influenza B.

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi 37,9% para rinovírus; 25,4% para influenza A; 14,2% para Sars-CoV-2 (Covid-19); 6,1% para VSR; e 1,4% para influenza B.

Incidência e mortalidade

Nas últimas oito semanas epidemiológicas, a incidência e a mortalidade semanais médias mantiveram o padrão característico de maior impacto nos extremos das faixas etárias analisadas. A incidência de SRAG é mais elevada entre as crianças, enquanto a mortalidade se concentra principalmente nos idosos.

Em relação aos casos de Covid-19, a incidência tem apresentado maior impacto nas crianças e nos idosos, enquanto a mortalidade tem sido maior entre os idosos a partir de 65 anos. A incidência por influenza A também é maior entre crianças de até 4 anos de idade e nos idosos, enquanto a mortalidade é mais elevada na terceira idade.

Com relação aos óbitos em 2025, observou-se 49% se deram por influenza A; 23,6% por Sars-CoV-2 (Covid-19); 14,6% por rinovírus; 11,5% por VSR; e 1,8% por influenza B. Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, foi constatada a presença, dentre os casos positivos de óbitos, dos seguintes vírus: 36,4% para Sars-CoV-2 (Covid-19); 26,7% para influenza A; 25,7% para rinovírus; 2,4% para VSR; e 1% para influenza B.

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