21 de novembro de 2025
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InfoGripe: aumentam os casos de SRAG em crianças e adolescentes

Divulgado nesta sexta-feira (21/11), o novo Boletim do InfoGripe da Fiocruz sinaliza, no cenário nacional, queda dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de estabilidade na tendência de curto prazo (últimas três semanas). No entanto, a análise destaca o aumento de SRAG, principalmente por rinovírus, em crianças e adolescentes de até 14 anos em cinco estados, em nível de alerta, risco ou alto risco até Semana Epidemiológica (SE) 46 (período de 21 a 27 de novembro): Mato Grosso do Sul, Pará, Rio de Janeiro, Rondônia e Roraima. A atualização verificou ainda oito estados apresentam incidência SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco no mesmo período, porém sem sinal de crescimento na tendência de longo prazo.

O InfoGripe é uma estratégia do Sistema Único de Saúde (SUS) voltada ao monitoramento de casos de SRAG no país. A iniciativa oferece suporte às vigilâncias em saúde na identificação de locais prioritários para ações, preparações e resposta a eventos em saúde pública.

De acordo com o Boletim da Fiocruz, o metapneumovírus e a influenza A também têm contribuído para o aumento de SRAG em crianças no Rio de Janeiro, enquanto o adenovírus tem colaborado para o crescimento de casos no Pará e no Mato Grosso do Sul. No Pará, há também um crescimento de SRAG na população idosa, porém ainda sem identificação do vírus responsável.

Estados e capitais

Gráficos do InfoGripe.

 

Oito Unidades Federativas (UFs) apresentam incidência de SRAG em níveis de alerta, risco ou alto risco, porém sem sinal de crescimento na tendência de longo prazo. É o caso de Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Paraíba, Santa Catarina e Sergipe.

“Apesar de não apresentarem tendência de aumento, a alta de SRAG nesses estados se concentra principalmente nas crianças e adolescentes de até 14 anos e é causada por diversos vírus respiratórios, sendo o principal o rinovírus”, informa a pesquisadora do Programa de Computação Científica (PROCC/Fiocruz) e do Boletim InfoGripe, Tatiana Portella. “Contudo, em alguns desses estados a influenza A, o adenovírus, o metapneumovírus e o [Vírus Sincicial Respiratório] VSR também têm contribuído para essa alta”.
Em São Paulo, no Rio de Janeiro, no Espírito Santo e na Bahia, as hospitalizações por influenza A continuam aumentando. No entanto, em São Paulo e no Rio de Janeiro, já mostram sinais de desaceleração.

Das capitais, apenas Boa Vista (Roraima) apresenta nível de atividade de SRAG considerada de risco (últimas duas semanas), com tendência de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas).

“Diante desse cenário, nós recomendamos o uso de uma boa máscara, como a PFF2 ou a N95, em unidades de saúde e por pessoas que estejam com sintomas de gripe ou resfriado. Também é importante que os pais evitem levar seus filhos para a escola ou creche caso apresentem esses sintomas, para evitar transmitir o vírus para outras crianças”, recomenda Portella. “Além disso, é fundamental que as crianças, assim como os demais grupos prioritários, estejam com a vacinação contra Influenza e Covid-19 em dia”.

Casos e óbitos

No ano epidemiológico 2025, já foram notificados 211.452 casos de SRAG, sendo 111.267 (52,6%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 77.726 (36,8%) negativos e ao menos 8.782 (4,2%) estão aguardando resultado laboratorial. Dentre os casos positivos do ano corrente, observou-se 39% de VSR; 28,6% de rinovírus; 23,2% de influenza A; 8,4% de Sars-CoV-2 (Covid-19); e 1,2% de influenza B. Com relação aos óbitos, observou-se 48,9% por influenza A; 23,8% por Sars-CoV-2 (Covid-19); 14,6% por rinovírus; 11,4% por VSR; e 1,8% por influenza B.

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 37,8% para rinovírus; 25,3% para influenza A; 14,7% para Sars-CoV-2 (Covid-19); 5,8% para VSR; e 1,9% para influenza B. Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos e no mesmo recorte temporal foi de 39,4% para Sars-CoV-2 (Covid-19); 31,7% para influenza A; 14,9% de rinovírus; 3,4% para VSR; e 1% para influenza B.

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