Incêndio atinge prédio do Canecão, em Botafogo

Bombeiros do Quartel de Botafogo foram acionados às 8h57. Segundo o consórcio Bonus Klefer, responsável pela concessão do Canecão, “houve um incidente durante a demolição das estruturas de aço da parte da frente do empreendimento”.

“Enquanto a equipe responsável pela demolição cortava uma estrutura metálica, uma fagulha acidentalmente bateu em um recipiente de fibra que estava no local, e o objeto pegou fogo”, detalhou. “O Corpo de Bombeiros foi acionado, porém a situação já havia sido totalmente controlada pela própria equipe da demolição, antes mesmo de os bombeiros chegarem ao local”, emendou.

Antes mesmo do incêndio, o que restou do espaço já seria demolido para dar lugar a um novo empreendimento (entenda abaixo). “As obras seguem operando normalmente, sem nenhum impacto no cronograma previsto de reconstrução do Canecão. Agradecemos o carinho de toda a população.”

A tradicional casa de shows estava fechada desde 2010, mas em 2023 a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) concluiu um leilão para transferir o terreno e a gestão do equipamento à iniciativa privada.

O consórcio Bonus Klefer, composto pelas empresas Bonus Track Entretenimento e Klefer venceu o pregão, oferecendo R$ 4,35 milhões, e ganhou o direito de explorar o novo Canecão por 30 anos.

Pelo acordo, o consórcio precisará fazer intervenções que chegam a R$ 137,7 milhões em todo o projeto, sendo R$ 53,7 milhões nas instalações acadêmicas e R$ 84 milhões na parte cultural. O consórcio calcula o total do investimento em investimento em R$ 170 milhões.

A empresa diz que “tem o objetivo de preservar sua rica história enquanto reconstrói o espaço, para atender às expectativas do público contemporâneo”.

João Niemeyer foi o nome escolhido para assinar o projeto do novo empreendimento. O arquiteto tem o desafio de, além da casa de show em si, dar contorno a um complexo multicultural, com 15 mil m² de terreno em concessão e um total de 18 mil m² de área construída, dividida em 5 pavimentos (subsolo, térreo e 3 andares).

Segundo João Niemeyer, o empreendimento terá um palco onde será possível fazer qualquer tipo de apresentação, com mais de uma configuração de plateia, além de restaurantes, bares e espaço de experiências cênico-gastronômicas.

O complexo será dividido em 7 diferentes unidades de negócio, a começar pela Grande Sala (onde serão realizados os shows, concertos, peças e apresentações gerais), que terá 3.300 m² (divididos em 3 pavimentos) e capacidade total para até 6 mil pessoas.

Também haverá um espaço dedicado ao ilustrador e escritor Ziraldo, onde seu famoso painel será totalmente reformado e preservado. O Espaço Multiúso, com 600 m², será voltado para a realização de pocket shows e eventos sociais e corporativos.

Também está previsto um espaço de exposições (para mostras artísticas visuais) em uma área de 500 m², além do ambiente voltado para experiências cênico-gastronômicas, que irá ocupar 1.000 m². O Complexo contará também com um estúdio criativo e com um centro de memórias — espaço dedicado à história da casa com curadoria e acervo exclusivo, ocupando outros 1.000 m².

Na área anexa, está previsto um bosque ao ar livre, com funcionamento independente das demais atividades, com 5.000 m² de área verde descoberta, ideal para receber feiras, pequenos eventos e experiências gastronômicas.

Como parte das contrapartidas para a UFRJ, dona do terreno, o consórcio Bonus Klefer irá construir um Centro Acadêmico com 80 salas de aula, além de um refeitório com capacidade para até 2.500 refeições ao dia. A Universidade também terá datas para uso nos espaços do Complexo Cultural Canecão, além de benefícios acadêmicos. A área construída é de 10.000m², somando as duas novas construções.

Além disso, será inaugurada neste semestre uma praça temporária externa do Canecão. O espaço terá maquete do projeto, materiais explicativos, ativações de marcas parceiras e um palco para pequenas apresentações de novos artistas.