Homem é resgatado por blindado da PM ao ficar em meio a tiroteio entre bandidos e policiais no Complexo da Maré
Durante a operação que acabou com a morte do traficante Thiago da Silva Folly, o TH, na última terça-feira, no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, um homem ficou no meio de um tiroteio entre bandidos e policiais na Linha Amarela. Imagens que circulam nas redes sociais mostram a vítima sendo resgatada por um sargento da Polícia Militar, lotado no Grupamento de Ações Táticas do 17º BPM (Ilha do Governador). A unidade era uma das que apoiava uma ação do 22º BPM (Maré) e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) para tentar prender o traficante no conjunto de favelas.
A ação aconteceu nas proximidades da comunidade Vila do João. Segundo a PM, o sargento desembarcou de um veículo blindado da corporação ao notar que o homem estava procurando abrigo enquanto disparos eram ouvidos, chegando a deitar no chão, próximo à marquise de uma passarela. Segurando um fuzil com uma das mãos, o militar usou o outro braço para amparar a vítima. Engatinhando, ela conseguiu chegar até o blindado e entrou no veículo acompanhada do sargento.
Em entrevista exibida pelo jornal SBT RIO, logo após ser resgatado, o homem desabafou dizendo que enquanto estava deitando no chão, em meio aos tiros, agradecia a Deus por continuar vivo. “Infelizmente a gente sai de casa para dar o sustento para a família e se depara com esta situação. É muito triste! É muito triste! Pensei que hoje seria meu último dia (de vida). Estava deitado no chão. Eu só estava agradecendo a Deus e falando o quanto Deus é bom para mim, mediante esta situação. Estou aqui chorando em agradecimento, e, ao mesmo tempo, triste com esta questão. Todo mundo se arrisca e pessoas morrem a troco de nada”, disse na ocasião.
Segundo a Polícia Militar, o homem resgatado foi levado até um ponto seguro da Avenida Brasil, onde desembarcou sem qualquer ferimento. Já o traficante TH foi localizado escondido em uma casa de dois andares que não possuía compartimentos secretos — mas era protegido por mais de 30 traficantes fortemente armados. No confronto, o chefe do tráfico e dois de seus seguranças pessoais foram mortos.
O corpo de Thiago Folly foi velado e sepultado na quarta-feira, no Cemitério da Penitência, no Caju. Durante o sepultamento, um vídeo mostra o momento em que o caixão do traficante é fechado sob aplausos. Uma coroa de flores trazia a mensagem: “Ninguém morre enquanto permanecer vivo no coração de alguém. Te amaremos até depois do fim.”
Com 17 mandados de prisão em aberto e 227 anotações criminais, TH era um dos criminosos mais procurados do estado. Ele era investigado pela morte de dois policiais do Bope em junho do ano passado, episódio que intensificou o monitoramento sobre seus passos.
A polícia afirma que o traficante chefiava o TCP na Maré desde 2010, após atuar como segurança de Marcelo Santos das Dores, o Menor P, antigo líder da facção que está preso. Ele também era responsável por roubos de carga e extorsões na região da Linha Amarela.