Hamas liberta os últimos 20 reféns israelenses vivos
Milhares de pessoas reunidas em uma praça de Tel Aviv explodiram em gritos, abraços e lágrimas
Os 20 libertados foram sequestrados pelo Hamas no ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023, no sul de Israel, que desencadeou a guerra em Gaza.
“É um dia lindo, que aguardávamos há dois anos, apesar da tristeza por aqueles que não voltam e pelos quase 2 mil mortos da guerra”, disse Ronny Edry, um professor de 54 anos.
A libertação ocorreu poucas horas antes da Cúpula sobre Gaza, que acontecerá na cidade egípcia de Sharm el-Sheikh, com a presença do presidente americano Donald Trump, que primeiro visita Israel, e outros líderes mundiais.
Durante a viagem no avião presidencial Air Force One para o Oriente Médio, Trump insistiu que “a guerra (em Gaza) terminou”.
Netanyahu afirmou que Israel alcançou “vitórias enormes” na guerra contra o Hamas em Gaza, mas advertiu que “a luta não terminou”.
Depois de Israel, onde deve discursar no Parlamento, Trump viajará a Sharm el-Sheikh para presidir, ao lado do homólogo egípcio, Abdel Fatah al-Sisi, uma Cúpula sobre Gaza, que contará com a presença de líderes de quase 20 países e do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres.
Os países mediadores do acordo de cessar-fogo em Gaza deverão assinar um documento para garantir sua execução, indicou uma fonte diplomática, segundo a qual o acordo seria firmado por “Estados Unidos, Egito, Catar e provavelmente Turquia”.
Netanyahu deve comparecer à reunião. O Hamas não enviará representantes porque, afirmou, atua por meio de seus mediadores, Catar e Egito. O presidente palestino, Mahmud Abbas, estará em Sharm el-Sheikh, informou o presidente da França, Emmanuel Macron.
Após a retirada progressiva do Exército israelense, que controla 53% da Faixa, o plano americano prevê uma fase posterior na qual o Hamas será excluído da administração de Gaza, território que o movimento governa desde 2007. O acordo também contempla a destruição do arsenal do grupo islamista.
O plano determina que o governo será confiado a “um comitê palestino tecnocrático e apolítico, sob a supervisão e controle de um novo organismo internacional de transição” dirigido por Trump.
Preços reduzidos
Desde o início do cessar-fogo no território, muitos residentes deslocados, como Fatima Salem, 38 anos, retornaram às suas casas destruídas em Gaza.
“Meus olhos não paravam de buscar os pontos de referência perdidos, mas nada parecia igual, nem mesmo as casas dos vizinhos estavam lá”, disse.
Em Gaza, muitos palestinos seguiram para os mercados, onde os preços dos produtos básicos caíram após a promessa israelense de um alívio ao bloqueio do território.
A guerra em Gaza começou após o ataque do Hamas em outubro de 2023, que matou 1.219 pessoas em Israel, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelenses.
A ofensiva israelense lançada em resposta matou pelo menos 67.806 pessoas, segundo os números do Ministério da Saúde do território, que a ONU considera confiáveis.