7 de outubro de 2025
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Haddad sobre relação com os EUA: “Estamos confiantes nos nossos argumentos”

Para o ministro da Fazenda, caminho está aberto para que a diplomacia atue e os dois países cheguem a consensos adequados para o comércio exterior das duas nações

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliou como bem-sucedida a estratégia brasileira de negociação com os Estados Unidos para buscar reverter as taxações unilaterais impostas aos produtos brasileiros. Em entrevista com profissionais de rádios e portais na manhã desta terça-feira, 7 de outubro, no Bom Dia, Ministro, ele ressaltou que a conversa entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, nesta segunda-feira, teve potencial de destravar nós e permitir soluções mais conectadas à diplomacia e às relações de comércio exterior entre as nações.

“A nossa estratégia, na minha opinião, está dando certo. Muita gente propôs que o governo do presidente Lula adotasse outra forma de proceder, mas estamos tão confiantes nos nossos argumentos que entendemos que eles vão se fazer valer pela diplomacia brasileira, que é das melhores do mundo”, afirmou.

São dois países que têm longa tradição de cooperação. A conversa foi muito boa ontem, nessa direção. Então, acredito que vai distensionar e abrir um espaço para uma conversa franca, produtiva”

Fernando Haddad,
ministro da Fazenda
ARGUMENTOS – Segundo Haddad, o papel do Ministério da Fazenda e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio tem sido oferecer argumentos econômicos. Ao longo dos últimos 15 anos, os Estados Unidos tiveram superávit de US$ 410 bilhões nas relações comerciais com o Brasil. Adicionalmente, Haddad lembrou que a tarifa adicional de 40% aos produtos brasileiros teve efeito adverso e amargo no cotidiano dos americanos.
MAIS CARO – “Eles estão pagando o café mais caro, a carne mais cara, vão deixar de ter acesso a produtos brasileiros de alta qualidade no campo da indústria. Estão notando, de dois meses para cá, que as medidas mais prejudicaram do que favoreceram os Estados Unidos”, explicou. “Os fatos são favoráveis à parceria, inclusive no que concerne às vantagens que os Estados Unidos têm ao estabelecer relações comerciais com o Brasil”.
VIRAR A PÁGINA – Para o ministro, há uma determinação dos dois presidentes de “virar a página equivocada” que marcou os últimos dois meses de relação entre os países. “São dois países que têm longa tradição de cooperação. A conversa foi muito boa ontem, nessa direção. Então, acredito que vai distensionar e abrir um espaço para uma conversa franca, produtiva”, destacou Haddad. “Governos entram e saem, mas dois estados da importância de Brasil e Estados Unidos têm que manter uma relação cordial. Estamos no mesmo continente, somos as maiores democracias ocidentais”, completou.
OPORTUNIDADE – O ministro foi escalado por Lula, ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores), para avançar nas negociações com Marco Rubio, Secretário de Estado norte-americano, designado por Donald Trump. A partir dos avanços, haverá um encontro presencial entre os líderes dos dois países. Haddad afirmou que a próxima viagem aos Estados Unidos, nas reuniões de outono do G20, do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI), será uma oportunidade para o diálogo bilateral.
ÔNUS INJUSTO – “O que nós precisamos é acelerar isso para tirar do ombro dos empresários e trabalhadores brasileiros, de algumas empresas que estão sofrendo mais, um ônus completamente injusto. Estão pagando um preço injusto pela ação de grupos de extrema-direita brasileiros que estavam até outro dia nos Estados Unidos desinformando o governo americano do que acontecia no país”, concluiu o ministro.

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