Gui Khury busca evolução no skate park por sonho Olímpico: ‘Estou confiante’
Curitibano se adapta à disciplina e comemora bronze obtido no domingo (8), durante a Copa do Mundo Ostia 2025, com direito a inédita manobra de 900 graus em competições de skate park.
Gui Khury (BRA) chamou a atenção do planeta ao mandar uma manobra inédita de 900 graus (dois giros e meio volta do eixo do corpo) em competições de skate park, durante a Copa do Mundo Ostia 2025 no passado fim de semana, na Itália.
Uma habilidade que fez dele referência no skate vert. Hoje, dedica seus esforços ao skate park, disciplina que faz parte do programa Olímpico. Por essa razão o bronze conquistado em Ostia, sua primeira medalha em grandes torneios de park, foi bastante comemorado.
O motivo? Poder um dia representar o Brasil nos Jogos Olímpicos.
Entre uma prova e outra, treinos e aquecimentos, o curitibano encontrou uma brecha para falar com o Olympics.com sobre essa transição entre o vert e o park, as expectativas, desafios e sonhos por cumprir com essa transição.
“Sim, tem sido [a transição] um pouco desafiadora”, adiantou.
As origens no vert
Gui começou muito novo no skate, aos quatro anos. Desenvolveu seu talento em rampa construída pela família nos fundos da casa da avó, em Curitiba. A garotada da vizinhança costumava aparecer por lá para andar também. Entre eles estavam Augusto Akio e Luigi Cini, finalistas Olímpicos no park em Paris 2024.
“Eu fiquei bom por causa deles, porque eles me inspiraram muito a andar de skate”, lembrou. “Eu estava muito feliz quando acompanhei os dois na decisão em Paris, torci por eles. Quando o Augusto [Akio] levou a medalha, chorei um pouco.”
Akio e Cini antes competiam no vert com Gui e, com o tempo, passaram para o park. Vê-los bem na disciplina foi motivo para a migração.
“Todo mundo na final das Olimpíadas no park veio de uma origem no vert. Especialmente Keegan [Palmer, medalhista de ouro]. E meus conterrâneos também. Como você vê, eles são enormes agora. Luigi Cini, Augusto Akio, eu andava com todos eles, só que no vert. Hoje você vê como eles estão no park. Então, o vert realmente faz a diferença.”
Os desafios no park
Para se adaptar ao park, Gui começou gradativamente e, antes de Ostia, participou de algumas competições. Comentou que a adaptação não tem sido fácil e acrescentou: “É a longo prazo, sim, e é muito confuso no começo, mas acho que estou entendendo.”
Perguntado sobre as exigências que o park pede em relação ao vert, explicou: “Você precisa de mais velocidade, precisa de fluxo, criatividade e estilo. Algumas coisas que você não consegue fazer nos dois.”
O curitibano continuará nas duas disciplinas, mas acredita ser este o momento para desenvolver-se no park: “Quero me concentrar mais no park porque ainda estou crescendo e acho que minha evolução será muito grande agora.”
O sonho de disputar os Jogos Olímpicos
A transição do vert para o park demanda tempo, dentro de um projeto de longo prazo: os Jogos Olímpicos.
“As Olimpíadas são meu maior sonho, poder representar o meu país, o Brasil”, disse. “Acho que como estou agora, como estou no skate, acho que tenho uma chance muito boa de conseguir estar lá, nos Jogos. Estou confiante.”
Gui sabe que a jornada será longa e que a concorrência por uma vaga na seleção brasileira, acirrada. “Acho que o Brasil é o país mais difícil para isso. É realmente um altíssimo nível”, colocou. “Mas estou animado para ver o que acontece durante o ciclo Olímpico e como vou me sair nessas competições.”
Gui Khury influencia mais novos e eleva nível do skate
Os desafios que Gui Khury estabelece para a carreira acabam por criar infinitas possibilidades no universo do skate e são capazes de, em outras palavras, fazer o “nível subir”. A cada dia que passa, mais jovens colocam suas habilidades à prova. Daqui alguns anos, poderão desbancar o próprio Gui.
“O skate vai ser ainda maior. E vai ser muito difícil para mim continuar andando de skate do jeito que estou hoje”, analisou.
Mas, até lá, falta muito. Ainda há muito tempo para terminar o ensino médio e estudar o que quer: educação física. Haverá ainda mais tempo para retribuir com tudo o que o skate proporcionou e contribuir com o esporte que ama.
Sem medo, como lhe é característico, terminou: “E tudo vai ficar bem, sabe?”
Vai sim, Gui.