Governo do Estado promove seminário para sensibilização sobre pessoas em situação de rua
Evento recebeu assistidos, representantes de movimentos, técnicos e gestores
Olhar multidimensional para a população em situação de rua. A partir deste princípio, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos realizou, nesta sexta-feira (05/09), o II Seminário Vozes da Rua.
O evento contou com três painéis, além da mesa de abertura, sobre garantia de direitos, acesso ao lazer por meio do projeto Cultura do Pertencimento e sobre o papel da assistência social pelo olhar dos assistidos. O filme “A história do Hotel Acolhedor” foi apresentado, mostrando a trajetória de hóspedes do local, funcionários, atividades culturais e o trabalho em prática.
O subsecretário de Gestão do SUAS, Felippe Souza, celebrou o trabalho feito pelos técnicos e a luta da população em situação de rua.
— Muito mais do que luta pela garantia de direitos, o Hotel Acolhedor e a Casa de Passagem devolvem e restituem a dignidade das pessoas. Que, como solicitado por eles, não são usuários, são hóspedes e pessoas. Agradeço a cada um, hóspedes dos nossos equipamentos, por dividir com a gente um pouco da vida, dos sonhos e da história de vocês.
A primeira mesa abordou a diversidade da população em situação de rua e a necessidade de olhar para cada público de forma segmentada, além da urgência em garantir acesso à saúde, alimentação, moradia, cultura, segurança e alimentação a essas pessoas.
O segundo painel apresentou o projeto Cultura do Pertencimento, criado pela Comunicação da Secretaria, que possui o objetivo de resgatar o sentimento de pertencimento dos assistidos pelo Governo com passeios culturais e atividades de lazer. Em pouco mais de dois anos, mais de 60 passeios já foram realizados e cerca de mil pessoas já participaram das atividades.
A terceira mesa foi composta por sete hóspedes do Hotel Acolhedor e da Casa de Passagem para falar sobre as próprias vivências.
Muito emocionado, o hóspede Marcelo Carvalho comentou sobre a experiência no local:
— A primeira coisa que eu escutei quando eu entrei na Casa de Passagem foi “Marcelo, você tá em paz. Não se preocupa com nada”. Tudo que eu peço a equipe, eles estão ali de prontidão para me ajudar.
Ao contar sobre a história de vida, Marcelo finalizou falando sobre o sentimento de acolhimento:
— Todos os meus parentes já morreram. A única família que eu tenho são os funcionários da Casa de Passagem.
O evento recebeu técnicos, gestores, educadores, assistentes sociais e psicólogos do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Estiveram presentes representantes da SEDSODH, Defensoria Pública, Movimento Nacional da População de Rua, Fórum Permanente sobre População Adulta em Situação de Rua do Rio de Janeiro e do Ministério Público.