8 de outubro de 2025
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Governo do Estado avança na restauração do Parque Lage

Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas investe R$ 21,4 milhões para valorizar a cultura e preservar o futuro do patrimônio histórico



Maior intervenção já realizada nos últimos 100 anos, a restauração do Palacete do Parque Lage, na Zona Sul do Rio, já começa a apresentar resultados com a recuperação das paredes internas do imóvel, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Cultural (IPHAN). As obras realizadas pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas (SEIOP), recebem investimento de R$ 21,4 milhões. O projeto inclui melhorias na acessibilidade, iluminação, instalações elétricas e hidráulicas, climatização e sistema de combate a incêndios.
 
– Este é um investimento que une respeito à história e olhar para o futuro. Estamos reformando o Palacete do Parque Lage mantendo a sua essência, garantindo que esse patrimônio histórico continue vivo para as próximas gerações, valorizando a cultura e fortalecendo o turismo da nossa cidade – afirmou o governador Cláudio Castro
 
O processo de restauração do palacete envolve um trabalho minucioso, realizado por profissionais especializados, com a remoção cuidadosa de camadas de tinta para preservar a pintura original das paredes e teto do patrimônio histórico. Para realizar os serviços, as equipes usam bisturis, espátulas e solventes em gel específicos para não comprometer a estrutura original. A restauradora Alice Torres, responsável pelos serviços na parte interna do palacete ressalta a importância dos trabalhos realizados nessa fase da obra para detectar o nível de integridade dos elementos encontrados.
 
– Aqui na biblioteca, a gente encontra uma pintura decorativa como original, que é a que a gente está tentando resgatar. São diversas camadas de tinta e massa sobre essa pintura. Por isso, estamos fazendo a remoção completa desses materiais para poder identificar o estado de conservação do material e definir o melhor procedimento para a reintegração desse ambiente – explicou a restauradora.
 
A previsão é que as intervenções sejam concluídas em julho de 2026. Ao visitar o canteiro de obras, o secretário de Infraestrutura e Obras Públicas, Uruan Andrade, enfatizou o desafio de uma restauração como essa, que requer atenção nos mínimos detalhes.
 
– Essa obra de restauro é um pouco complexa porque a gente tem que deixar tudo o mais parecido possível com o que era originalmente. Nossas equipes são capacitadas e vão entregar esse importante equipamento cultural do Rio de Janeiro totalmente restaurado.
 
Na parte externa do Palacete do Parque Lage, as equipes fazem a limpeza das pedras e estruturas de concreto, que também exigem cuidados específicos. Diferentes escovas, de cerdas macias às mais duras, foram testadas antes dos serviços serem iniciados. Além disso, a escovação ocorre das duas formas: a aquosa, que contém apenas água e sabão neutro, e, em seguida, a escovação a seco. Responsável pela equipe que realiza a limpeza da fachada, o restaurador Leandro da Silva explica que o processo garante a higienização eficaz, retirando ao máximo os resquícios de sujeiras, sem danificar as peças.
 
– A importância do trabalho de restauração é grandiosa tanto no sentido histórico do patrimônio quanto no sentido da memória. Por isso, é fundamental que a gente tenha um tratamento minucioso e cuidadoso em cada serviço dessa edificação. Fizemos diversos testes até chegar ao material que está sendo utilizado atualmente.
 
 
A história do patrimônio cultural
 
Tombado pelo Iphan, o Parque Lage é o segundo ponto turístico da Cidade do Rio de Janeiro mais visitado, perdendo apenas para o Corcovado. O local pertencia à família Lage e foi todo remodelado por Henrique Lage na década de 1920, seguindo um estilo eclético. O intuito era agradar à amada cantora lírica italiana Gabriela Bezanzoni.
 
Por muito tempo foi palco de grandes festas com a voz de Gabriela, além de receber figuras importantes da sociedade. A bibliotecária da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rubia Silva, destaca a representatividade do local também como parte da política do Brasil.
 
– Henrique Lage era um político importante e ele e a Gabriela tinham uma certa influência na sociedade, então, esse local cultural também conta parte da história da política brasileira – comentou a bibliotecária.
 
O Parque Lage recebe quase um milhão e trezentos mil visitantes por ano e está entre os dez pontos turísticos mais visitados do Rio de Janeiro. Com o restauro em andamento, a expectativa é ampliar ainda mais o fluxo, fortalecendo o espaço como destino cultural e educacional.

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