Gilmar determina a devolução de R$ 4,4 milhões apreendidos pela PF em operação contra aliados de Lira

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STFGilmar Mendes determinou que a Polícia Federal devolva R$ 4,4 milhões para investigados em um inquérito que apurava supostos desvios na compra de kits de robótica. O dinheiro foi apreendido no curso do processo, que mirava aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e foi arquivado por decisão do magistrado nesta sexta-feira.

 

A maior parte do montante, cerca de R$ 4 milhões, foi apreendida no cofre de uma empresa em Maceió. A decisão de Gilmar está sob sigilo e foi confirmada pelo GLOBO.

 

O arquivamento do inquérito é decorrente de uma decisão, tomada em agosto, em que Gilmar havia anulado as provas contra o deputado federal, seguindo o parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR). A sentença desta sexta reitera a “inadmissibilidade dos elementos informativos produzidos no curso das apurações, em relação a todos os investigados”.

 

Ao concordar com a PGR, Gilmar entendeu que, como havia indícios da participação de Lira desde o início da apuração, o caso deveria ter começado a tramitar no próprio STF, onde o presidente da Câmara tem foro.

 

O despacho de Gilmar ocorreu após a defesa de Lira recorrer ao Supremo pedindo a suspensão da investigação com relação a ele e alegando a nulidade das provas colhidas uma vez que a investigação começou na primeira instância.

 

A PGR concordou com o pedido da defesa de Lira e defendeu o arquivamento da investigação apenas com relação ao parlamentar. A decisão de Gilmar, contudo, alcança todos os investigados no caso.

“Determino, ainda, a restituição aos respectivos proprietários dos bens apreendidos no curso das investigações, assim como a inutilização dos demais elementos informativos reunidos nos autos”, diz trecho da decisão do ministro.

Lira sempre negou qualquer participação em irregularidades, além de questionar a forma da investigação.

O inquérito conduzido pela PF apura indícios de superfaturamento e lavagem de dinheiro com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) destinados a 43 municípios de Alagoas na aquisição de kits de robótica para escolas públicas. Os investigadores descobriram que a fornecedora do equipamento chegou a cobrar de uma prefeitura R$ 14 mil por produto após comprá-lo por R$ 2,7 mil em São Paulo.

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