Ex-PM investigado pelo sumiço de jovem morta após sair de casa para entrevista de emprego diz que viu corpo enrolado em edredon
O ex-PM apontado nas investigações da morte de Camille Vitória Monteiro como envolvido no desaparecimento disse em depoimento que viu um corpo enrolado em um edredon logo após a jovem sumir, mas fugiu com medo e não contou para ninguém. A jovem, que estava desaparecida desde o dia 5 de julho, foi encontrada morta na segunda-feira (15), perto do Rio Magé, na Baixada Fluminense.
O homem é investigado pelo crime. Aos policiais civis, ele confirmou que se encontrou com Camille Vitória. Ele disse que estava com a jovem em um carro com motorista que a levaria para prestar um serviço: fotografar um caso de infidelidade.
Segundo ele, um homem de terno entrou no veículo durante o trajeto e se sentou no banco do carona. O ex-PM afirmou que, depois disso, pediu para sair do carro. Camille e o homem bem arrumado também saíram.
Ele contou que viu o homem de terno colocando o dedo no rosto e agredindo Camille dando tapas na cara. O ex-PM contou que, depois disso, fugiu do local.
O suspeito contou ainda aos policiais que, no dia seguinte, voltou ao endereço e viu um corpo enrolado em um edredon, calçando um tênis preto com detalhes em rosa. Com medo, ele saiu correndo e não avisou a ninguém.
Questionado sobre a motivação do crime, o ex-PM disse que Camille teria dado um golpe em uma mulher envolvendo uma joia e ela teria acionado alguns homens para chegar até ela. De acordo com a Polícia Civil, o depoimento possui contradições neste ponto.
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O caso
Camille Vitória estava desaparecida desde o dia 5, quando saiu de casa em Anchieta, na Zona Norte do Rio, para uma entrevista de emprego no Centro. Duas horas após sair, ela mandou um áudio para uma tia dizendo que tinha encontrado uma amiga e ia resolver um assunto em Campo Grande, na Zona Oeste da cidade. Depois disso, os familiares não conseguiram mais contato com ela.
Os parentes registraram o caso na 31ª DP (Ricardo de Albuquerque). A ocorrência passou a ser investigada pela Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA).
Camille vivia com a mãe e a avó. Ela deixa 3 filhos. A jovem trabalhava como garçonete e faxineira. Ela também fazia “bicos”.
No fim de semana após o sumiço, a família e a polícia foram até o clube para falar com o zelador que teria intermediado o contato de emprego.
Zelador
Em depoimento aos policiais, o zelador afirmou que foi orientado pelo ex-PM que fez a oferta de emprego para Camille a desligar o telefone e quebrar o chip.
“Deu ruim! Fui buscar a menina e ela não estava lá! Desliga o telefone e quebra o chip”, afirmou o ex-policial em mensagem.
O zelador contou que combinado era levar a jovem para se encontrar com o ex-PM na Central do Brasil. Ele contou ainda que sabia que o serviço seria em Nova Campinas, em Duque de Caxias. E que ele ficou com medo de voltar para o clube onde trabalhava por causa da família da jovem.
O zelador afirmou ainda que ficou com medo pois o ex-PM era conhecido por ser uma pessoa violenta.
O corpo de Camille segue no Instituto Médico-Legal (IML) de Teresópolis, na Região Serrana, na manhã desta quarta. A família deve ir ao local para o reconhecimento e liberação para o sepultamento.