30 de dezembro de 2025
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Em segundo dia de exercícios militares, China simula cerco a Taiwan

No segundo dia de exercícios militares, a China simulou um cerco a Taiwan, disparou foguetes em direção à ilha e mobilizou novos navios de assalto anfíbio, juntamente com bombardeiros e navios de guerra.

Durante a operação, realizada nesta terça-feira (30), o Exército de Libertação Popular da China (ELP) informou em um comunicado que “as forças terrestres do Comando do Teatro Oriental do ELP realizaram manobras com fogo real de longo alcance nas águas ao norte de Taiwan e alcançaram o efeito desejado”.

O Ministério da Defesa de Taiwan detectou 130 aviões militares chineses perto da ilha em um período de 24 horas, assim como 14 navios de guerra e oito navios governamentais não especificados. As autoridades taiwanesas também contabilizaram um total de 27 foguetes lançados por Pequim.

Confira:

Provocações

As manobras ocorrem após Washington anunciar a venda de um novo pacote de armas para Taipé e declarações da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, sugerindo uma resposta militar em caso de agressão de Pequim contra a ilha vizinha.

“A principal mensagem da China é uma advertência aos Estados Unidos e ao Japão para que não tentem intervir caso o PCC (Partido Comunista Chinês) use a força contra Taiwan”, disse à AFP Chieh Chung, especialista militar da Universidade Tamkang da ilha.

O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, advertiu nesta terça-feira que seu país responderá “energicamente” às vendas em larga escala de armamento.

“Em resposta às contínuas provocações das forças separatistas de Taiwan e à venda em larga escala de armas americanas a Taiwan, devemos, certamente, nos opor com firmeza e contra-atacá-las energicamente”, disse o ministro em um discurso.

Seu porta-voz, Lin Jian, considerou os exercícios “uma medida necessária para defender a soberania nacional e a integridade territorial”.

O presidente americano, Donald Trump, negou na segunda-feira qualquer preocupação com as manobras chinesas e minimizou a possibilidade de uma invasão de Taiwan, ao declarar que não acredita que seu homólogo, Xi Jinping, tomará tal decisão.

Guerra

O ELP também informou que os exercícios militares em águas ao norte e ao sul de Taiwan testaram “a capacidade de coordenação mar-terra e de bloqueio e controle integrados” em infraestruturas-chave, como portos.

As autoridades chinesas divulgaram um mapa com cinco grandes zonas ao redor de Taiwan onde aconteceram os exercícios.

Esta é a sexta grande rodada de exercícios militares chineses ao redor da ilha desde 2022, quando uma visita a Taiwan da então presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, irritou Pequim.

O órgão regulador do tráfego aéreo de Taiwan afirmou que os exercícios afetaram mais de 850 voos, enquanto as autoridades relataram interrupções nas rotas marítimas.

O Ministério das Relações Exteriores da vizinha Coreia do Sul pediu “paz e estabilidade”.

Taiwan

Reconhecida por pouco mais de 10 países, Taiwan possui governo, exército e moeda próprios e conta com os Estados Unidos como seu principal fornecedor de armas e segurança. A China, no entanto, a considera parte de seu território e não descarta usar a força para tomar o controle da ilha.

Pouco antes, o presidente taiwanês, Lai Ching-te, afirmou no Facebook que, com suas manobras, a China “mina deliberadamente a estabilidade regional com sua intimidação militar” e as condenou como “uma provocação flagrante contra a segurança regional e a ordem internacional”.

Apesar disso, ele prometeu que a ilha não “agravará as tensões”.

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