Educação de Mesquita garante participação na maior feira de científica estudantil do estado
Caçulinha da Baixada será representada por estudantes da rede municipal de ensino que obtiveram destaque na 5ª Mostra Científica de Ciências, Tecnologias, Inovações e Sustentabilidade
No dia 9 de outubro, estudantes e professores da rede pública de Mesquita se reuniram na quadra da Escola Municipal Governador Roberto Silveira, em Edson Passos, para mostrar seus talentos e criatividades durante a etapa pré-estadual da 5ª Mostra Científica de Ciências, Tecnologias, Inovações e Sustentabilidade de Mesquita. O evento reuniu os 15 projetos de maior destaque da primeira fase da feira municipal, ocorrida no mês passado. A partir dessa mostra, aconteceu uma nova seleção, que elegeu trabalhos produzidos por alunos da própria Escola Municipal Governador Roberto Silveira e da Escola Municipal Presidente Castelo Branco como representantes de Mesquita na maior convenção científica voltada à Educação Básica do estado: a Feira de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Rio de Janeiro (FECTI).
Ao todo, a fase pré-estadual contou com a exposição de projetos de nove escolas diferentes, desenvolvidos por estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) e também da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Os trabalhos apresentados utilizavam tecnologia e informação para abordar temas como saúde, sustentabilidade e letramento. As propostas foram analisadas por um grupo de avaliadores do Comitê Científico da Fundação CECIERJ, responsável pela organização da FECTI, que também estiveram presentes na conferência e selecionaram dois projetos para participar da feira estadual.
Comunicação e eletricidade
Entre eles encontra-se o telégrafo construído pelos estudantes do 6º ano da Escola Municipal Governador Roberto Silveira, que, com a orientação da professora de Matemática, Carla Cristyane, exemplificaram o funcionamento de uma das invenções mais importantes para a história da comunicação. Utilizando um sistema elétrico alimentado por pilhas, os estudantes operam o aparelho emitindo comandos em Código Morse, que percorrem o circuito e são convertidos nos sons emitidos por uma pequena buzina. O padrão do sinal sonoro é codificado, com cada combinação de sons representando uma letra do alfabeto e formando palavras. Dessa forma, cabia ao visitante decifrar a mensagem emitida pelo aparelho com o auxílio de uma legenda fornecida pelos idealizadores do projeto.
“A gente quis apresentar o telégrafo e também falar sobre letramento, que é a habilidade de entender mais o mundo, entendendo o significado da comunicação e das palavras. Além disso, esse projeto também nos ajuda a conhecer um meio de comunicação diferente, que não é da nossa época, o telégrafo era como um WhatsApp de antigamente”, explica a estudante Isabely Silva, uma das responsáveis pela concepção do trabalho.
Sustentabilidade
Representando a Escola Municipal Presidente Castelo Branco, do BNH, os estudantes da EJA provaram que é possível encontrar alternativas mais sustentáveis para atividades convencionalmente industriais, como a produção de tijolos. “Biotijolos” é como são chamados os blocos fabricados a partir de métodos totalmente ecológicos, utilizando terra crua e materiais recicláveis. Os tijolos apresentam a consistência e durabilidade de um tijolo padrão e simbolizam a ideia do uso responsável dos recursos naturais e da inovação sustentável. “Essa ideia parte da necessidade de encontrar recursos novos e sustentáveis para a fabricação de materiais do cotidiano. O objetivo é reeducar a nossa comunidade, além de encontrar alternativas mais ecológicas e econômicas”, explica Albanete Gonçalves, professora de ciências responsável por orientar os alunos durante o projeto.
A edição 2025 da FECTI acontece entre os dias 6 e 7 de dezembro. A conferência será realizada no Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet/RJ), campus Maracanã, onde estarão presentes pesquisas de destaque assinadas por estudantes da Educação Básica de todo o estado.
Outros projetos
Apesar de não estarem entre os selecionados para a FECTI, os outros trabalhos também brilharam na feira municipal. Os alunos do 9º ano, também da Escola Municipal Presidente Castelo Branco, Gabriel da Silva e Letícia de Paula, por exemplo, ilustraram como a robótica pode ser utilizada pela agricultura e, ao mesmo tempo, atuar a favor da sustentabilidade com seu robô capaz de identificar a acidez do solo. Para isso, o aparelho é equipado com um medidor de ph e luzes que se acendem de acordo com o nível de acidez do sol. O robô se desloca sobre rodas e é programado a partir de um arduíno, que coordena sua movimentação e possibilita que a leitura do ph seja feita dentro de poucos segundos. “Esse robô possibilita a medição do ph do solo de maneira rápida, eficiente e sustentável, sem agredir a terra. Desse jeito, ele contribuiu com a produtividade agrícola”, detalha a estudante Letícia de Paula.
Enquanto isso, a saúde feminina foi a temática central dos projetos desenvolvidos pelos estudantes do 8º ano da Escola Municipal Cruzeiro do Sul. Com o auxílio do seu professor de ciência, Ricardo Campos, os jovens se dedicaram a pesquisar sobre como a tecnologia pode ser utilizada em benefício da saúde de gestantes e em procedimentos cirúrgicos como a laqueadura.
Dentro desse tema, o grupo desenvolveu aplicativos úteis para o monitoramento da saúde da mulher, gestante ou não gestante, construiu um braço mecânico capaz de realizar o procedimento de laqueadura sem oferecer riscos de contaminação e simulou os procedimentos de fertilização in vitro utilizando materiais caseiros. “Nosso objetivo era mostrar os avanços da medicina em si e, ao mesmo tempo, falar sobre como a tecnologia e a robótica podem ser úteis para os métodos de cuidado com a saúde da mulher”, explica o estudante João Pedro Santos.