31 de outubro de 2025
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Divulgados primeiros nomes de mortos na megaoperação na Penha e no Alemão

Governo do Rio divulgou as primeiras identificações no fim da manhã desta sexta-feira (31)

O Governo do Rio começou a divulgar, no fim da manhã desta sexta-feira (31), os primeiros nomes dos mortos na megaoperação nos Complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte. A ação, que terminou com 121 óbitos, incluindo quatro policiais, se tornou a ação mais letal da história.

Em vídeo divulgado nas redes sociais, o governador Cláudio Castro (PL) informou que há líderes do tráfico de outros estados, como “Russo”, liderança de Vitória, no Espírito Santo; “Chico Rato”, chefe de Manaus, capital do Amazonas; “Mazola”, líder do crime organizado em Feira de Santana, na Bahia; e Fernando Henrique dos Santos, líder do tráfico de Goiás.
“Tendo em vista estes resultados, a gente vê que o trabalho de investigação e inteligência foi adequada, todos perigosos e com ficha criminal. Também, pela identificação das origens desses narcoterroristas, reforço a importância da integração com os estados. Em breve, vamos entregar os relatórios completos da operação para as autoridades competentes”, disse Castro.
Durante entrevista coletiva na Cidade da Polícia, na Zona Norte, o delegado Felipe Curi, secretário de Estado de Polícia Civil, tornou públicas outras identificações, como: “PP”, líder do tráfico no Pará; “Gringo”, também de Manaus; “DG” e “FB”, da Bahia; e “Rodinha”, da cidade de Itaberaí, em Goiás.
Até o momento, 99 mortos já foram identificados, sendo 42 com mandados de prisão em aberto e 78 com relevante ficha criminal. Entre estes, 40 são de outros estados, como: 13 do Pará, sete do Amazonas, seis da Bahia, quatro do Ceará, um da Paraíba, quatro de Goiás, um do Mato Grosso e três do Espírito Santo.
“Temos narcoterroristas neutralizados de quatro das cinco regiões do país. Só não tivemos da região Sul”, destacou Curi.
Segundo o secretário, o Comando Vermelho transformou ambos os complexos em centros de treinamentos e locais de onde partem as decisões para expansão da facção por todo o país.
“São desses complexos que partem todas as ordens, decisões e diretrizes para todos os outros estados onde o Comando Vermelho tem atuação. As investigações e todos os dados de inteligência comprovam que são nos complexos onde ocorrem treinamentos de tiro, de tática de guerrilha,  de manuseio de armamento e computação. Esses marginais vem de fora do estado para serem ‘formados’ aqui e depois retornarem aos seus estados de origem para implementação da cultura da facção”, disse o delegado.
As investigações revelaram que o fluxo de caixa da facção nessas áreas movimentava cerca de 10 toneladas de drogas por mês. O Alemão e a Penha serviam como polos de abastecimento, distribuindo drogas e armas para outras comunidades controladas pela facção. A apuração identificou ainda que cerca de 50 fuzis eram negociados mensalmente a partir dessas regiões.
De acordo com a Civil, pelo menos 24 comunidades do Rio são abastecidas por esses fluxos ilícitos. Entre elas estão a Rocinha, Zona Sul; o Complexo da Maré, Jacarezinho e o Complexo do Lins, Zona Norte; e o Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana.
Curi destacou a dificuldade enfrentada na ação. “O cenário que enfrentamos nessa operação já não é mais um trabalho de policia. Policia nenhuma no mundo enfrenta o que a gente enfrenta. Esse cenário é de guerra”.
Ao todo, 117 criminosos morreram na operação. Todos os corpos já foram periciados, em esquema especial que reuniu a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio (MPRJ). Até a manhã desta quinta-feira (31), 89 foram liberados para retirada pelos familiares. As diligências seguem para identificar os restantes.
“Esse foi um trabalho muito intenso, fizemos uma força-tarefa para reunir as evidências. Estou aqui para mostrar a integração entre as forças policiais, que foi tão importante para que a operação fosse bem-sucedida”, disse o secretário de Segurança Pública, delegado Victor dos Santos.
Além dos mortos, o governo divulgou que 113 pessoas foram presas (54 com anotações criminais), sendo 33 de outros estados, e 10 adolescentes apreendidos. Foram cumpridos 20 mandados de prisão e o restante foi autuado em flagrante. Segundo a Civil, pelo menos um terço dos presos na operação também é proveniente de fora do estado.
As equipes apreenderam ainda 91 fuzis, 26 pistolas, um revólver, 14 artefatos explosivos, centenas de cartuchos e toneladas de drogas.

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