Dia Mundial de Prevenção do AVC: o alerta que pode salvar vidas
Três em cada quatro casos da doença são de mulheres
O AVC (Acidente Vascular Cerebral), também conhecido como “derrame”, acontece quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a paralisia da área cerebral.
A doença é, ainda, um dos grandes vilões da saúde no Brasil. Só pra você ter uma ideia, segundo o Portal da Transparência dos Cartórios, em 2019 ele tirou a vida de quase 76 mil pessoas. Esse número foi subindo: passou de 87 mil em 2022, deu uma leve queda em 2023, mas voltou a crescer em 2024, com mais de 85 mil mortes. Ou seja, continua sendo uma das principais causas de morte no país, perdendo apenas para as doenças do coração.
Por isso, outubro tem um papel super importante nessa história. nesta quarta-feira, é comemorado o Dia Mundial de Prevenção do AVC — uma data pra lembrar todo mundo da importância de ficar de olho nos sinais, conhecer os fatores de risco e, claro, cuidar da saúde antes que o problema apareça.
Diante disto, conversei com o querido diretor de Neurocirurgia do Hospital Quali Ipanema, dr. Orlando Maia, que me presenteou, inclusive com o lindo convite para ser embaixadora da Corrida e Caminhada de Combate ao AVC durante o programa Vem com a Gente.
Confira abaixo o importante papo que tive com o doutor a respeito do Acidente Vascular Cerebral:
Doutor, para começo de conversa: o AVC é uma doença que pode ser evitada?
É uma doença totalmente evitável, visto que podemos separar o surgimento do AVC em dois aspectos: à medida de saúde coletiva preventiva, como prática de exercício, alimentação saudável, controle da pressão arterial. E também existem os exames, onde podem ser feitos também de maneira preventiva.
Temos observado que muita gente tem sofrido AVC, principalmente jovens. Por que?
Doutor, para começo de conversa: o AVC é uma doença que pode ser evitada?
É uma doença totalmente evitável, visto que podemos separar o surgimento do AVC em dois aspectos: à medida de saúde coletiva preventiva, como prática de exercício, alimentação saudável, controle da pressão arterial. E também existem os exames, onde podem ser feitos também de maneira preventiva.
Temos observado que muita gente tem sofrido AVC, principalmente jovens. Por que?
Sabemos de todos os benefícios que a pílula anticoncepcional gerou às mulheres, da independência feminina… mas ele tem esse fato ruim, pois é um hormônio que aumenta a possibilidade de formação de coágulo, consequentemente elevando a possibilidade de AVC.
Então as mulheres precisam dobrar as atenções, pois de cada quatro caso que temos, três são com mulheres. Então podemos dizer que a frequência no público feminino é muito maior
Quanto mais tempo o socorro demorar, mais sequelas terá a pessoa que sofreu o AVC?
Sem dúvidas. A campanha, inclusive, do Dia Mundial de Prevenção do AVC neste ano é: “Cada minuto faz a diferença”, pois quando o vaso sanguíneo é entupido, o cérebro deixa de receber a circulação, onde há oxigênio, e a glicose para o neurônio, e ele vai morrendo. Então, cada minuto que se passa, mais perda neuronal a pessoa sofre.
Quais são os principais sintomas do AVC?
Dor de cabeça súbita, perda da visão de um olho só, perda de movimento, tonteira, fala enrolada… Não perca tempo, se sentir algum desses sintomas, vá a uma Emergência mais próxima de sua casa, pois isso tudo é tratável.
Sobre a Corrida e Caminhada de Combate ao AVC, tivemos a sexta edição que aconteceu no último domingo na Lagoa Rodrigo de Freitas. Esse evento foi promovido pelo Centro de Estudos do Instituto do hospital onde o senhor trabalha. Comente um pouco sobre esse trabalho tão lindo que vocês fazem.
Sabe o que me deixa muito feliz? É que eu costumo dizer o seguinte: você pode fazer a diferença. Então, quando organizamos uma corrida, por exemplo, é para mostrar para todos que tem como tratar e evitar o AVC.
O AVC não gera sequelas somente ao paciente que sofreu. Afeta também as famílias e todo o seu entorno. Então é uma das formas que buscamos engajar e atingir positivamente o público à conscientização da doença.
Quem tem uma vez o AVC, pode sofrer novamente da doença?
Sim. Essa dúvida é muito importante, pois é preciso identificar quem teve e a causa. Pode-se haver uma predisposição genética ou alguns tipos de doença que levam ao AVC.
Existem doenças de coagulação (trombofilia), doenças de ritmo do coração… Tem alguns fatores que precisam ser analisados com um profissional da área.