Desertor diz que milícia de mercenários da Rússia é responsável pela decapitação de soldado ucraniano
Um desertor russo do Grupo Wagner, milícia que reúne mercenários a serviço de Moscou, reconheceu seus ex-colegas em imagens aparentemente mostrando a decapitação de um prisioneiro de guerra ucraniano. A prática seria comum entre as tropas russas, acusadas de exibir as cabeças de ucranianos decapitados espetadas em madeira ou ferro, o que configuraria claro crime de guerra.
Andrey Medvedev, que escapou do exército privado de fato de Vladimir Putin em janeiro, depois buscando asilo na Noruega, identificou os soldados contratados por “apelidos, a maneira como eles falam e sua maneira de falar no rádio”.
Vídeos perturbadores postados em mídias sociais no fim de semana parecem mostrar um soldado russo usando uma faca para cortar a cabeça de um refém.
Em um vídeo, uma voz encoraja um assassino a quebrar a coluna de sua vítima, identificada por uma braçadeira tática amarela, enquanto ela se debate no chão.
“Entramos em contato com Andrey Medvedev, de 26 anos, ex-comandante do primeiro esquadrão do 4º pelotão do 7º esquadrão de assalto do Grupo Wagner, agora em prisão de deportação”, disse Vladimir Osechkin, fundador do Gulagu.net, um grupo de direitos humanos russo no exílio, de acordo com o “Metro”.
“Enviamos esse vídeo, ele ouviu várias vezes e assistiu com atenção. Ele identifica definitivamente seus ex-colegas, membros do Wagner. Pelos seus distintivos, a maneira como falam, o que dizem nas rádios, enquanto realizam essa execução extrajudicial, esse assassinato brutal”, completou o ativista, destacando que Medvedev conhece códigos e palavras cifradas do grupo liderado por Yevgeny Prigozhin, aliado muito próximo de Putin.