Desemprego cresce em 15 estados e no Distrito Federal no 1º trimestre

O desemprego voltou a crescer no país no primeiro trimestre de 2023 e agora atinge 8,8% da população brasileira, um aumento de 0,9 ponto percentual em comparação ao último trimestre do ano passado. O dado consta na última atualização da PNAD Contínua Trimestral, divulgada nesta quinta-feira (dia 18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo a pesquisa, o crescimento da taxa de desocupação foi puxado por 15 estados, além do Distrito Federal. Bahia e Pernambuco, onde a informalidade é alta, apresentam as maiores taxas, com respectivamente 14,4% e 14,1% da força de trabalho desempregada.

Alessandra Brito, analista da pesquisa, diz que a disparidade na taxa de desemprego entre os estados se justifica pela informalidade:

— Na região Nordeste, há um peso maior do trabalho informal. Isso torna a inserção no mercado de trabalho mais volátil, ou seja, impulsiona uma procura maior por trabalho, o que se reflete em uma taxa maior de desocupação.

O IBGE reconhece que esse aumento no desemprego concentrado no início do ano é esperado, por conta do desligamento dos trabalhadores temporários, contratados para preencher vagas no fim de 2022.

Houve ainda uma redução significativa no contingente de brasileiros que procuram trabalho há dois anos ou mais. Agora são apenas 2,2 milhões de pessoas, uma queda de 35,5% ante as 3,5 milhões no fim do ano passado.

O rendimento médio mensal do brasileiro se manteve estável no período, na casa de R$ 2.880. Mas, em relação ao 4º trimestre de 2022, o Nordeste (R$ 1.979) foi a única região com alta significativa na renda — chegando a R$ 1.979 — enquanto as demais permaneceram no mesmo patamar.

A massa de rendimento médio mensal de todos os trabalhos foi estimada em R$ 277,2 bilhões, também com estabilidade ante o trimestre anterior (R$ 279,5 bilhões).

Renda das mulheres cresceu

 

Considerando a taxa de desemprego por gênero, as mulheres continuam em desvantagem: enquanto 7,2% dos homens se encontram desocupados, esse percentual chega a 10,8% no caso delas.

No entanto, as mulheres viram sua renda aumentar um pouco no período, enquanto os homens perderam salário. Agora, o rendimento feminino representa 79,5% do rendimento masculino, ante uma proporção de 77,7% no trimestre anterior.

Outra diferença significativa quanto ao desemprego aparece ao comparar as taxas de ocupação entre negros e brancos. O desemprego está em 11,3% entre pessoas negras, 10,1% entre pardos e 6,8% entre brancos.

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