Depois de mais de 40 dias, mulher baleada por agentes da PRF na véspera de Natal recebe alta
Depois de mais de 40 dias de internação, a estudante de enfermagem Juliana Leite Rangel, de 26 anos, baleada na cabeça por agentes da PRF na véspera de Natal, recebeu alta nesta quinta-feira (6). Segundo a mãe da jovem, Daise Rangel, ela deve deixar o Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense, por volta das 14h.
“Ela está cada dia melhor. Graças a Deus, está dando tudo certo. Nossa Juliana está voltando para viver do jeito que ela gosta”, comemorou Daise.
Juliana passou pouco mais de um mês internada no CTI da unidade de saúde, após ter sido atingida no último dia 24 de dezembro. Nesse período, oito dias foram em coma induzido, com suporte mecânico de respiração. No último dia 27 de janeiro, ela teve uma melhora e foi transferida para a enfermaria.
Durante o tempo na ala de menor complexidade, Juliana voltou a falar normalmente e se alimentar sem o auxílio de sonda. A última atualização do quadro de saúde da estudante foi confirmada na última terça-feira (4), quando a jovem retirou a cânula de traqueostomia.
Após a alta, Juliana deve seguir passando por tratamento médico na unidade de saúde de Caxias. O tratamento prevê acompanhamento com fonoaudiólogo e fisioterapeuta.
Relembre o caso
Juliana foi baleada na cabeça no último dia 24, véspera de Natal, quando seguia para ceia na casa da irmã. Ela, o pai, Alexandre Rangel, a mãe, Dayse Leite, o irmão, de 17 anos, e a namorada dele, estavam no veículo, modelo Fiat Siena, atingido por tiros dados por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
De acordo com a família, os policiais não deram nenhuma ordem de parada antes de dispararem contra o veículo. Inicialmente, os agentes defendiam a versão de que ouviram tiros e, por isso, atiraram contra o carro da família.
Segundo o superintendente da PRF no Rio de Janeiro, Vitor Almada, relato à TV Globo, os três agentes, uma mulher e dois homens, admitiram o equívoco durante depoimento. O caso é investigado internamente pela corporação e os policiais foram afastados. O Ministério Público Federal (MPF) também abriu inquérito para apurar a ação dos agentes.