Datafolha: 51% defendem Bolsonaro inelegível; 45% são contra punição pelo TSE
Metade dos eleitores brasileiros quer que Jair Bolsonaro (PL) seja condenado por sua campanha contra as urnas eletrônicas e se torne inelegível por oito anos, conforme prevê a lei. Outros 45% acreditam que ele é inocente e deveria ser poupado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Para 51% dos entrevistados pelo Datafolha nos dias 29 e 30 de março, a perda dos direitos políticos é a punição mais correta para o ex-presidente, que trabalhou para desacreditar o sistema eleitoral brasileiro mesmo antes de tomar posse, em 2019.
Já 45% acreditam que Bolsonaro deve ser liberado pela Justiça Eleitoral para disputar pleitos.
No encontro, ele desfiou seu rosário conspiratório contra a segurança das urnas eletrônicas, repassando argumentos falsos que já havia apresentado diversas vezes, como no caso de uma live em que dizia provar a fragilidade do mecanismo utilizado sem registro de problemas graves no Brasil desde que começou a ser usado em 1996.
Esta é a parte mais tangível das ameaças à democracia estimuladas pelo ex-presidente ao longo de seus quatro anos no poder.
Saudosista assumido da ditadura de 1964 e capitão reformado do Exército, sugeriu apoio militar a um autogolpe diversas vezes, só para recuar e dizer que jogava dentro “das quatro linhas da Constituição”.
Ao fim, abandonou o país antes do fim do mandato para não passar a faixa a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e seus apoiadores radicalizaram-se até a apoplexia dos atos de 8 de janeiro em Brasília, em que as sedes dos três Poderes foram depredadas.
Bolsonaro, que voltou ao Brasil na semana passada após 89 dias de exílio voluntário na Flórida, diz que não há motivos para ser tornado ilegível.
A avaliação sobre o destino desejado ao ex-presidente segue o padrão de seu apoio no eleitorado. A defesa da punição é maior entre mulheres e os mais pobres, enquanto homens pró e contra a condenação empatam e os mais ricos, defendem liberar Bolsonaro.