Cuidar é política pública: ação leva saúde e escuta à população em Japeri
Logo pela manhã desta sexta-feira (25), a quadra da Paróquia Nosso Senhor do Bonfim, em Engenheiro Pedreira, já estava repleta de cores, sorrisos e afeto. Era o início do evento em alusão ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, promovido pela Prefeitura de Japeri, por meio da Secretaria de Direitos Humanos, Pessoas com Deficiência, Mulher e Cidadania, em parceria com a Pastoral Afro-Brasileira.
Com o tema ‘’ Saúde da Mulher Negra’’, a ação reuniu atendimentos gratuitos como vacinação, exame de vista, testes rápidos para a detecção de infecções como HIV, sífilis, hepatites B e C e orientações jurídicas. Além disso, rodas de conversa, partilhas e escutas voltadas ao cuidado integral da mulher negra.
O evento foi conduzido pelo subsecretário e coordenador de Igualdade Racial, Marcello Silva, que reafirmou o compromisso da secretaria com a igualdade racial: ‘’Essa ação é fruto de um esforço coletivo para reafirmar que a saúde da mulher negra importa. Ver tantas mulheres sendo atendidas, ouvidas e reconhecidas hoje é um passo importante na construção de uma cidade mais justa e igualitária’’.
A mesa de abertura foi composta pelo secretário de Direitos, Pessoas com Deficiência, Mulher e Cidadania, Luiz Henrique; a subsecretária de Políticas para as Mulheres, Alessandra Oliveira; da presidente do Conselho Municipal de Direitos da Mulher, Maria Cristina Alves. Todos reforçaram a importância da construção de políticas públicas que reconheçam as particularidades e os direitos das mulheres negras.
A palestra principal foi conduzida pela enfermeira Deusa Ferreira, especializada na saúde da mulher negra, que falou sobre os desafios enfrentados no acesso à saúde: ‘’ É fundamental que o cuidado com essas mulheres não se resuma ao físico. Precisamos falar de escuta, respeito, dignidade e representatividade nos espaços de cuidado’’, afirmou.
A pedagoga Ana Carla Braz, representante da Secretaria de Educação, falou um pouco da importância de ter espaços e ações como essas no município: ‘’Conheço muitas mulheres que foram silenciadas, e hoje, poder falar em um espaço público, com liberdade e acolhimento, é reescrever a nossa história com dignidade’’.
Durante o encontro, a assistente social Natássia Ferreira, também trouxe uma reflexão potente sobre o compromisso da gestão com a equidade: ‘’Celebrar essa data é reconhecer que a saúde da mulher negra começa pela valorização da sua existência, de suas dores e potências’’.
Para a dona de casa Edna dos Santos, de 46 anos, a manhã foi além de especial: ‘’Eu vim tomar vacina, mas saio daqui com o coração cheio. Escutei histórias que pareciam com as minhas. Fui acolhida, e isso não tem preço’’.