Cláudio Castro sanciona lei que reconhece o Centro de Cultura da Zona Oeste como patrimônio do Estado
Conhecido por suas tradicionais rodas de samba, o espaço também oferece oficinas como capoeira, percussão e samba no pé, que beneficiam diretamente a comunidade local e ajudam a manter viva a tradição do samba na cidade
O Governo do Rio deu um passo importante para valorizar a força da cultura negra no estado. Por meio da lei 10.889/2025, publicada nesta quinta-feira (17/06) no Diário Oficial, o governador Cláudio Castro declarou o Centro de Cultura Negra Fruta do Pé, localizado em Inhoaíba, na tradicional Avenida Cesário de Melo, como Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado. A iniciativa reconhece e fortalece o papel histórico e cultural da população negra nos bairros da Zona Oeste.
– Cabe ao Estado reconhecer e valorizar todos aqueles que contribuem para a preservação da nossa história e cultura. Declarar um centro de referência do samba como este Patrimônio Cultural é uma forma de reafirmar o quanto reconhecemos a relevância do trabalho que aqui é desenvolvido. A população dessa região merece todo o nosso respeito e consideração – destacou o governador Cláudio Castro.
O Centro de Cultura Negra Fruta do Pé atrai frequentadores de todas as regiões do Rio. Conhecido por suas tradicionais rodas de samba, o espaço também oferece oficinas culturais, como capoeira, percussão e samba no pé, que beneficiam diretamente a comunidade local e ajudam a manter viva a tradição do samba na cidade.
Recentemente o projeto criou uma escola de música, que oferece aulas de harmonia, teoria musical, sopro, cavaquinho, violão, canto e teclado para a comunidade. O espaço também deu início a uma pesquisa sobre a herança africana no Brasil, que resultou no material audiovisual Raízes do Fruta.
A história do projeto começou no fim de 2016, com a primeira edição de uma roda de samba realizada no calçadão de Campo Grande, na Rua Barcelos Domingos. Segundo Breno Batista, idealizador do projeto, a iniciativa surgiu de forma despretensiosa, em família, sem que ninguém imaginasse a dimensão que o evento alcançaria.
A origem e sua história
O nome do Centro de Cultura Negra Fruta do Pé não poderia ter outra origem senão o samba. Foi a música Oitava Cor, do grupo Fundo de Quintal, que inspirou os irmãos Breno e Ramon a batizarem o espaço.
– Sempre admirei as metáforas das músicas deles. E aqui em casa sempre tivemos muitas árvores, então o nome fez todo sentido – explica Breno.
O espaço já foi palco para grandes nomes do samba e da música popular, como Cleber Augusto, Marquinho PQD, Zé Roberto, Zé Luiz do Império, PH Mocidade, Áurea Martins, Andréia Caffé, Zeca do Trombone, Marcelinho Moreira e Jorge Nei.