Cidade Integrada inaugura Museu de Favela do Pavão-Pavãozinho com investimento de R$ 2,6 milhões do Governo do Estado
Espaço cultural comunitário valoriza moradores, histórias e paisagens, transformando a favela em um acervo vivo e dinâmico
O Governo do Estado, por meio do Programa Cidade Integrada, inaugura nesta quarta-feira (10/12), o Museu de Favela do Complexo Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, localizado no Edifício Multiuso do Estado, na Zona Sul da capital. A construção, realizada pela Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (EMOP-RJ), recebeu mais de R$ 2,6 milhões em investimentos.
Agora aberto ao público, o local vai contar com um acervo permanente, exposição digital além de obras de artistas locais e equipamentos que vão compor o museu com cerca de 1.600 m² entre exposições, auditório, loja e café.
— O Cidade Integrada tem trabalhado para concretizar os desejos da população do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo. A chegada dessa nova estrutura para o Museu de Favela é um marco que simboliza uma nova etapa na relação do poder público estadual com essas comunidades. Entendemos que o Museu será uma grande ferramenta não apenas de cultura, mas também de fomento à economia criativa, à educação e ao turismo — afirmou o governador Cláudio Castro.
A construção do MUF teve o projeto arquitetônico elaborado pelo Cidade Integrada, com a realização da Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (EMOP-RJ), além de R$ 3 milhões investimentos captados via lei de incentivo para elaborar os acervos.
O museu oferecerá à população salas de exibição cultural, de vídeo, espaço infantil, café com varanda com vista para o Corcovado, entre outros ambientes e atividades voltados ao fomento da economia local. O espaço foi cedido à organização não governamental de caráter comunitário denominado MUF – Museu de Favela pela Secretaria de Estado de Cultura.
Sonho transformado em política pública
Criado voluntariamente por moradores em 2008, o Museu de Favela finalmente ganha sede própria após 17 anos de atividades improvisadas em espaços cedidos nas comunidades. A iniciativa, liderada por Antônia Ferreira Soares, foi acolhida pela coordenadora do Programa Cidade Integrada, Ruth Jurberg.
Após conhecer os projetos do MUF, o Governo do Estado oficializou a cessão do espaço para o museu. Essa conquista representa a transformação de um sonho coletivo em política pública consolidada.
— Participar deste projeto de reforma e adequação de um espaço tão generoso em um prédio público é a concretização de sonhos de muitos moradores e lideranças comunitárias. Este museu, totalmente reformado, será entregue até o fim do ano, garantindo acesso à cultura e ao lazer para todos os moradores da cidade e visitantes — destacou Ruth Jurberg.
Antônia, agora diretora de Economia Criativa do museu, ressalta que a missão do MUF é revelar ao mundo a riqueza existente no território das favelas, com foco nas pessoas, seus saberes e talentos.
— Sabemos que a marginalidade é uma minoria. A maioria das pessoas nas favelas são trabalhadores, estudantes, chefes de família. Há gente ligada à cultura, à gastronomia, ao artesanato, à costura. Queremos mostrar esse potencial para Copacabana, Ipanema, para o Brasil e o mundo — afirma Antônia.
Inspirado em modelos europeus, o Museu de Favela é um acervo vivo e em constante transformação, onde as construções, o cotidiano e os próprios moradores são considerados “obras-primas”. A curadoria voluntária será contínua, mapeando e promovendo iniciativas locais com exposições, oficinas, feiras, debates, saraus e outras atividades que fortalecem a memória e a identidade da comunidade.
— O visitante vai sair daqui entendendo o que realmente é um território de favela. Queremos acabar com essa ideia de que só há criminalidade. O Pavão-Pavãozinho e o Cantagalo são parte da cidade, e temos muito a oferecer a quem quiser nos conhecer. Ainda mais com uma vista maravilhosa para o mar — reforça a fundadora do MUF.
Paisagem privilegiada e integração urbana
O projeto arquitetônico e paisagístico do novo Museu de Favela valoriza o espaço cultural e reforça seu protagonismo no cenário carioca. Situado em um prédio com estilo modernista, originalmente projetado para ser um hotel de luxo na década de 1960, o museu oferece vista panorâmica para Copacabana, Ipanema, Lagoa Rodrigo de Freitas, Corcovado e Cristo Redentor.
Todo o prédio está passando por importantes reformas físicas e estruturais dentro do Programa Cidade Integrada que buscou respeitar as estruturas originais do edifício e preservou elementos históricos, como painéis de Portinari na fachada, criando uma integração harmoniosa com a cidade através da vista panorâmica existente.
Endereço – Rua Alberto de Campos, nº 12 – 3º andar
Horário de funcionamento – 10h às 18h
Ingressos: www.museudefavela.org/visiteomuf

