Cavalo-marinho-de-focinho-longo volta a ser registrado em Búzios após anos de declínio populacional
Monitoramento identifica recuperação gradual da espécie e ações são ampliadas na Região dos Lagos
O cavalo-marinho-de-focinho-longo, espécie ameaçada, voltou a ser registrado em Armação dos Búzios, na Região dos Lagos do Rio, após anos de queda populacional. Entre maio e novembro, pesquisadores identificaram cerca de dez animais por km² nas praias dos Ossos e João Fernandes. Nesta semana, o Projeto Cavalos-Marinhos – Transformar para Conservar ampliou suas ações para a praia da Tartaruga.
Segundo Natalie Freret-Meurer, coordenadora do projeto, que completa 23 anos, a recuperação da espécie pode estar relacionada ao aumento da conscientização de moradores e turistas promovida por iniciativas de educação ambiental.
“As nossas pesquisas já mostraram cerca de 16 cavalos-marinhos por km² na região de Búzios, número que caiu 70% nos últimos 15 anos. Hoje, observamos sinais de reestruturação da população”, afirma.
Em Arraial do Cabo, o monitoramento da espécie também foi retomado após quatro meses de pausa, em locais de mergulho como Cardeiro, Ilha de Porcos e praia do Forno. O trabalho conta com apoio da Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental. A equipe alerta, porém, que a região continua sofrendo forte pressão turística e que a população local da espécie diminuiu 20% nos últimos dez anos.
O Projeto Cavalos-Marinhos atua em todo o estado associando pesquisa, conservação e educação ambiental. Nos últimos dois anos, seis regiões passaram por monitoramento mensal, mais de 100 pescadores receberam orientações e 20 oficinas capacitaram mulheres caiçaras, jovens, professores e agentes ambientais. Estudos genéticos e comportamentais ajudam a identificar áreas prioritárias para preservação, enquanto ações comunitárias fortalecem a proteção da espécie, ameaçada por poluição, perda de habitat e pesca acidental.
Como agir ao avistar um cavalo-marinho
– Vivo no mar: não toque e registre data e local no site do projeto
– Denúncias de crimes ambientais: Linha Verde do Ibama — 0800 61 8080, ou Secretaria Municipal de Meio Ambiente

