Castro diz que megaoperação no RJ foi ‘sucesso’: ‘De vítimas lá, só tivemos os policiais’
Governador discursou após encontro com autoridades de segurança do Rio, onde parabenizou pela operação.
O governador Cláudio Castro (PL-RJ) disse nesta quarta-feira (29) que a megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, a mais letal da história do Rio, foi um “sucesso”.
“Temos muita tranquilidade de defendermos tudo que fizemos ontem. Queria me solidarizar com a família dos quatro guerreiros que deram a vida para salvar a população. De vítima ontem lá, só tivemos esses policiais”, afirmou Castro.
Na tarde desta quarta, dia seguinte à ação, o governo do RJ confirmou ter contabilizado 121 mortes até o momento. De acordo com o secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, na terça havia 58 mortos, sendo quatro deles policiais, e até o fim da manhã desta quarta, mais 63 corpos foram “achados na mata”.
Os moradores da Penha relatam ter encontrado 74 corpos na área de mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, onde se concentraram os confrontos entre as forças de segurança e traficantes. Eles levaram os cadáveres para a praça São Lucas, na Estrada José Rucas, ao longo da madrugada.
Mais cedo, Castro havia afirmado que as 54 pessoas encontradas mortas ontem eram criminosas porque os confrontos foram todos em área de mata:
“Não acredito que havia alguém passeando em área de mata em um dia de operação”.
Castro não esclareceu porque o número de 64 mortos, anunciado na terça-feira, foi alterado. Também não comentou os outros 64 corpos deixados nesta quarta-feira, por moradores, na Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, uma das principais do Complexo da Penha.
“Temos que ser muitos responsáveis. A nossa contabilidade conta a partir do momento que os corpos entram no IML. A Polícia Civil tem a responsabilidade enorme de identificar quem eram aquelas pessoas. Eu não posso fazer balanço antes de todos entrarem. Daqui a pouco vira uma guerra de número. Nós não vamos trabalhar assim”, explicou.
Embate com o governo federal
Castro voltou a falar do que chama de falta de apoio do governo federal. Disse que espera ter integração e financiamento, e atacou os críticos.
“A gente não vai ficar respondendo nem ministro nem autoridade queira transformar esse momento em uma batalha política. O recado é: Ou soma no combate à criminalidade ou suma! “
A polêmica com o governo começou após falas de Castro, na terça-feira, cobrando apoio federal, que ele disse ter sido negado em operações anteriores.
Outras frases de Castro:
“Acabei de sair de uma reunião com diversos governadores, parabenizando a operação. Ontem pode ser o início de um grande processo no Brasil. Temos a convicção que podemos vencer batalhas, mas sozinhos não podemos vencer a guerra, contra o estado paralelo, que a cada dia vem se mostrando mais forte, com poder bélico maior, poderio financeiro mais forte.”
“Aquele que não entender que a segurança pública é o maior problema do Brasil hoje vai se arrepender e pedir perdão à sociedade. É por isso que o Rio de Janeiro sai na frente. Não nos furtaremos a fazer a nossa parte.”

