Caso Jeff: aluguel de imóvel onde corpo foi enterrado em baú estava atrasado há quatro meses

O corpo do ator Jeff Machado, de 44 anos, foi encontrado dentro de um baú, enterrado e concretado a dois metro de profundidade no quintal de uma quitinete localizada na Rua Itueira, em Campo Grande, Zona Oeste do Rio, no último dia 22. Em depoimento à Polícia Civil dois após a localização do corpo, a proprietária do imóvel relatou que o pagamento do aluguel esteve atrasado durante quatro meses, todos após o desaparecimento do artista catarinense, que foi morto, segundo um dos suspeitos, em 23 de janeiro.

A dona do imóvel disse em depoimento à Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) que um ex-inquilino entrou em contato com ela em 30 de novembro do ano passado, “perguntando se sua kitnet ainda estava vazia”, para que indicasse para “uma pessoa que estava procurando aluguel”. O ex-inquilino então passou o contato da pessoa interessada, mas ressaltou “que quem moraria no lugar seria uma terceira pessoa”.

Depois disso, a proprietária recebeu mensagens de uma pessoa que se apresentou como Jefferson em 1° de dezembro, que demonstrou interesse no imóvel, querendo “ver a casa e fechar negócio”.

Alegando que pretendia se mudar após o natal de 2022, o novo inquilino fez o depósito de R$ 300 no dia 12 de dezembro, valor abaixo dos R$ 500 cobrados pelo aluguel, segundo a proprietária, pois ela “costuma baixar o valor para ajudar o futuro inquilino com algum tipo de melhoria”.

Após o envio de fotos à proprietária — que mostravam que o muro da casa foi expandido em 1 metro de altura — o contato identificado como Jefferson informou, em 1º de fevereiro, que trocaria o portão, ajeitaria a calçada e instalaria ainda uma caixa do correio. A partir de então, o inquilino não entrou mais em contato com a dona de casa por aquele número de telefone e a mulher passou a não receber mais o aluguel.

Os valores só seriam recebidos no último dia 16, 105 dias após o último contato com o telefone do inquilino. Sem receber, a proprietária recorreu ao antigo morador da casa, que intermediou anteriormente a locação da casa, para tentar um contato de Jefferson.

Em 15 de março, a dona do imóvel recebeu mensagem de outro número, em que a pessoa também se identificou como Jefferson, pedindo os dados bancários dela para “acertar os aluguéis antigos”. No entanto, depois disso, pedidos de desculpas foram feitos por mensagem, mas ainda sem o pagamento dos aluguéis em atraso.

Em 10 de abril, o suposto inquilino chegou a enviar um comprovante de pagamento de R$ 300, mas o envelope estava vazio, sem dinheiro, segundo disse a dona da casa em depoimento. Segundo ela disse à Polícia Civil, a pessoa que estava em contato com ela se “usou isso apenas para poder lhe enviar um comprovante”.

Dois dias depois, o suposto Jefferson avisou que entregaria a casa, além de alegar estar passando por problemas financeiros. A proprietária então tentou “encontrá-lo pessoalmente, mas esse encontro nunca aconteceu”.

Somente em 16 de maio, a mulher passou a receber depósitos referentes ao aluguel do imóvel. Primeiro recebeu R$ 1900, seguido de depósitos de R$ 1000 e R$ 100.

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