CASF de Nova Iguaçu é referência em fisioterapia aquática e transforma a vida de centenas de pacientes
No dia 21 de fevereiro deste ano, a vida do frentista Yago Silva de Carvalho Goudinho, de 22 anos, mudou para sempre. Ele voltava do trabalho em sua motocicleta quando um carro, na contramão, o atingiu em cheio. O acidente o levou a passar por três cirurgias e, por fim, à amputação da perna esquerda no Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI).
Meses depois, Yago reencontrou a esperança dentro de uma piscina. No Centro de Atenção em Saúde Funcional Ramon Pereira de Freitas (CASF), administrado pela Prefeitura de Nova Iguaçu, ele mergulhou — literalmente — em uma nova fase da vida, agora em reabilitação pela fisioterapia aquática.
“O acidente foi um grande trauma. Cheguei ao CASF em junho numa cadeira de rodas e hoje já ando de muletas. Estou ganhando autonomia, confiança e equilíbrio. Já tomo banho sozinho, faço meu almoço. Não tenho mais vergonha de mim”, conta o jovem, que participa das sessões todas as quartas-feiras.
Referência em reabilitação física e intelectual, o CASF realiza mais de 6 mil atendimentos multidisciplinares por mês, entre eles fisioterapia aquática, motora, oncológica, pélvica e respiratória. O centro também oferece acompanhamento psicológico e psicopedagógico, além de atendimento médico especializado — como clínica geral, ortopedia, neurologia, neuropediatria e psiquiatria — voltado tanto para o público infantil quanto adulto. O espaço conta ainda com uma oficina ortopédica própria, responsável pela confecção de órteses e próteses.
Outro exemplo de superação é o de Anderson Ribeiro, de 43 anos, auxiliar de faturamento e morador de Nilópolis. Ele também perdeu a perna esquerda após complicações causadas pela diabetes e encontrou na fisioterapia aquática uma nova forma de viver.
“Não percebi uma ferida aberta, que acabou infeccionando. Eu nem sabia que tinha diabetes. Quando vi, já era tarde e precisei amputar. A fisioterapia aquática me faz bem para o corpo e para a alma. Aqui é uma família”, afirma Anderson, que também recebe acompanhamento psicológico e realiza sessões fora da piscina para adaptação à prótese.
A fisioterapeuta Ana Paula Lopes, que atua há cinco anos no setor aquático do CASF, explica que o tratamento na piscina trabalha a força muscular, equilíbrio, coordenação motora e aspectos psicológicos. As aulas, segundo ela, são dinâmicas e lúdicas, com exercícios e alongamentos.
“Atendemos grupos de amputados vítimas de acidentes, pessoas com diabetes, crianças com síndromes neurológicas e adultos que sofreram AVC. Quando um paciente recebe alta, é um momento de grande emoção. Aprendemos muito com eles e criamos laços de amizade”, destaca Ana.
Também conhecida como hidroterapia, a fisioterapia aquática utiliza as propriedades da água para reduzir a dor, fortalecer a musculatura e ampliar os movimentos articulares. Realizada em piscinas aquecidas, ela diminui o impacto nas articulações, tornando o tratamento mais seguro e confortável para pessoas de todas as idades.
Quem precisa dos serviços do CASF pode procurar a Clínica da Família mais próxima de casa para receber informações e orientações. Cada paciente é avaliado de forma individual e, quando necessário, encaminhado ao centro, que fica na Rua Maranhão, 125, no bairro Jardim da Viga, em Nova Iguaçu.

