Capacitação fortalece práticas de acolhimento no Abrigo Municipal de Japeri
Formação conduzida por psicopedagogo do CAPSi reforçou a escuta qualificada, o cuidado humanizado e a saúde emocional dos profissionais
Na manhã desta terça-feira (16), funcionários do Abrigo Municipal de Japeri participaram de uma capacitação voltada ao acolhimento e aos cuidados com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. A palestra foi ministrada pelo psicopedagogo Wiliam Rozendo, do Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSi), com direito à certificação para os participantes.
O profissional foi cedido pela Subsecretaria de Atenção à Saúde Especializada, representada pela subsecretária Cristiane Souza, reforçando a integração entre as políticas públicas de saúde e assistência social.
Durante a capacitação, Wiliam destacou a importância da escuta qualificada, do acolhimento e da reflexão constante no cuidado institucional, especialmente no atendimento a adolescentes. “É preciso refletir. A forma como cuidamos hoje influencia diretamente a vida da criança amanhã”, afirmou. Segundo ele, muitos adolescentes apresentam resistência à escuta, o que exige preparo emocional, sensibilidade e empatia dos profissionais.
A equipe do abrigo é formada por 17 profissionais, entre eles uma assistente social, duas psicólogas, uma coordenadora, oito cuidadores, um profissional de serviços gerais, dois vigias e duas cozinheiras. A rotina alimentar inclui café da manhã, lanche, almoço, lanche da tarde e colação, com cardápio elaborado por uma nutricionista que visita a unidade mensalmente, sob a gestão da Secretaria Municipal de Assistência Social.
A coordenadora do abrigo, Josilma Silva, ressaltou a relevância da iniciativa. “Na minha gestão, é a primeira vez que os funcionários recebem uma qualificação como essa”, destacou, reforçando a importância de formações contínuas para fortalecer o trabalho da equipe.
Algumas cuidadoras também compartilharam experiências pessoais, evidenciando a carga emocional do trabalho no acolhimento institucional e a importância do cuidado com a saúde mental. A cuidadora social Paloma da Silva Volotão relatou a necessidade de buscar apoio psicológico. “Comecei a fazer terapia porque já estava enfrentando crises de ansiedade diante da intensidade do trabalho”, contou.
Já a cuidadora social Magna Fernandes de Paula destacou o vínculo afetivo construído no dia a dia com as crianças acolhidas. “Tratamos como se fossem nossos filhos. Damos carinho, atenção e cuidado, porque sabemos o quanto isso faz diferença na vida deles”, afirmou.
A unidade possui capacidade para acolher até 20 crianças e adolescentes, com idades entre 0 e 18 anos, funcionando em regime integral. O espaço conta com berçário, banheiros masculino e feminino e estrutura adequada para o atendimento contínuo.

