BioParque vai reabrir com reforço de protocolos, ações educativas e gratuidade para crianças
O BioParque do Rio, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, Zona Norte, reforçou protocolos de biossegurança e preparou atividades educativas para a reabertura ao público, nesta quinta-feira (21). O espaço estava fechado desde julho, após um surto de gripe aviária e a morte de animais. A retomada das visitações inclui entrada gratuita para crianças durante o mês de agosto.
Entre os protocolos adotados para evitar novos casos, os recintos foram cobertos com telas, para que os animais do parque não tenham contato com aves silvestres. Além disso, os comedouros passaram a ficar em local fechado, impedindo o acesso de espécies que iam até lá para se alimentar. O diretor técnico do Grupo Cataratas, responsável pela administração do BioParque, Marcos Traad, garantiu que a reabertura é totalmente segura e se deve ao trabalho cooperativo entre o corpo técnico do parque e os órgãos públicos.
“A autoridade sanitária determinou que nós exclusivamente fechássemos a Savana e, quando nós tivemos uma ocorrência que parecia ser gripe aviária, mas não foi, nós voluntariamente decidimos que fecharíamos de forma integral o parque, para não haver nenhum tipo de risco (…) Foi um processo longo, hoje nós temos alguns protocolos ainda mais avançados de biossegurança, por orientação e essa troca de informações com técnicos especializados na área da gripe aviária. Todas as medidas de segurança que já haviam foram efetivamente ampliadas”, explicou o diretor técnico.
Inicialmente, o local foi fechado em 17 de julho, após as mortes de 16 galinhas d’Angola e três pavões por gripe aviária. As aves correspondiam a todo o grupo da espécie que vivia na área da Savana Africana. O BioParque chegou a reabrir ao longo do mês, mas voltou a ser fechado no último dia 30, depois que três marrecos e uma maritaca morreram. No entanto, a doença foi descartada nos animais e a possibilidade é de que eles tenham morrido durante período reprodutivo em que podem ficar mais agressivos. Há ainda expectativa de mortandade das aves, sem que haja doença.
De acordo com a superintendente de Emergência em Saúde Pública da Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ), Silvia Carvalho, 38 pessoas expostas as aves foram monitoradas, em parceria com secretarias municipais, e oito delas que apresentaram sintomas respiratórios tiveram material coletado para avaliação laboratorial. Os exames descartaram gripe aviária em todas, já que detectaram que as manifestações foram provocadas por outros vírus.
Segundo o superintendente de Defesa Agropecuária da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastacimento (Seapa), a atuação rápida e os protocolos já existentes no parque foram essenciais para a adoção das medidas para um retorno seguro. “Ainda que essa doença volte a ocorrer em alguma unidade aqui na cidade do Rio, a gente atua de forma bem rápida, em parceria com outros órgãos, para que não se dissemine e não ofereça risco à saúde das pessoas. Foram cumpridos todos os protocolos e a reabertura é algo que a gente faz com segurança para todos os visitantes”, declarou Paulo Henrqiue Moraes.
Ações educativas e festa de reabertura
A coordenadora do Programa Nacional da Sanidade Avícula da Seapa, Valquíria Cortes, afirmou que a influenza aviária é um problema não só no Brasil, mas que causa preocupação em toda a comunidade científica internacional. Entretanto, ela alertou que a doença representa um risco muito pequeno para a saúde humana, desde que não seja feita manipulação de aves livres e haja conscientização sanitária.
“A influenza aviária é um problema complexo e tranversal. Nós temos que trabalhar em conjunto, atuar todo mundo junto, porque com a parceria de sucesso, rapidamente o BioParque conseguiu mitigar essa situação e está reaberto ao público. Podem ficar tranquilos para frequentar e apreciar, porque aqui realmente é um lugar lindo, um pedacinho da natureza”, disse Cortes.
Nesta quinta-feira, quando o espaço volta a receber o público, a pasta vai promover uma atividade educativa voltada para as crianças, com brincadeiras lúdicas de conscientização da gripe aviária. “Vamos conscientizando, eles vão crescendo conscientes e levando informação para dentro de casa”, apontou Paulo Henrique Moraes. Haverá ainda distribuição de cartilha informativa, que também está disponível no site da Secretaria. “É lúdico, todas as historinhas foram criadas pelos médicos veterinários, revisadas por pedagogos. A gente tem a premissa de que a gente tem que ter eles conscientes desde pequenos”.
Já nos próximos sábado (23) e domingo (24), o BioParque realiza a Festa de Reabertura, com atrações circenses e mais ações educativas sobre a doença. Até o próximo dia 31 de agosto, crianças de até 12 anos terão entrada gratuita para ingressos adquiridos pelo site. O local tem ainda atividades fixas como tirolesa, parquinho, infláveis e opções gastronômicas.
“(O BioParque) é de grande relevância para a cidade, de grande relevância patriomonial e cultural. Apesar do fato de ter perdido o período das férias, que é um período tão importante para as crianças e para as pessoas que costumam ter mais tempo para vir visitar, espero que com o retorno a partir de amanhã, isso aqui volte a ser um grande lugar procurado como sempre foi na cidade do Rio”, declarou o diretor de operações da Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPar), Pablo Koehler.