Bets devem transparência à sociedade e retorno aos esportes, diz ministério
A arrecadação das apostas de quota fixa, conhecidas como bets e o financiamento do esporte brasileiro foram temas discutidos nesta quarta-feira (3/9) pelos ministérios do Esporte, da Fazenda e pela Subcomissão Permanente de Regulação de Apostas Esportivas da Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados.
Durante toda a audiência, deputados e entidades esportivas cobraram total transparência dos órgãos responsáveis pela arrecadação das bets no país.
A questão da arrecadação e o quanto o Brasil deixou de arrecadar com a falta de regulamentação das apostas esportivas no período correto foi abordada pelo secretário Nacional de Apostas Esportivas e de Desenvolvimento Econômico do Ministério do Esporte, Giovanni Rocco, que também defendeu a criação de um comitê permanente de transparência entre os ministérios do Esporte e da Fazenda para que haja transparência dos recursos repassados às entidades, e o governo possa fazer a fiscalização.
“As casas de apostas em um primeiro momento, pela falta de fiscalização e controle carregaram todo o investimento no futebol brasileiro. Hoje o futebol é totalmente dependente dos recursos das casas de apostas, este valor está inflacionado no mínimo cinco vezes, por isso esse debate tem que ser feito com responsabilidade para que a discussão sobre a publicidade seja uma questão madura, e para que o esporte não tenha prejuízos”, afirmou Giovanni.
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“Nós da Confederação Brasileira de Desporto Escolar (CBDE) que atuamos com o desporto escolar que se difere do esporte de alto rendimento reconhecemos que a sociedade precisa do esporte de alto rendimento para gerar ídolos que sirvam de espelhos para a sociedade, mas temos a compreensão que nem todos os praticantes de esporte escolar se transformarão em ídolos esportivos. Eles de igual forma precisam ser impactados com os conceitos do esporte. Todas as iniciativas dessa Casa de garantir que esses recursos cheguem na ponta da lança são louváveis. Nós entidades privadas conseguimos receber os recursos, mas não temos garantias se aqueles valores estão corretos, pela falta da transparência mencionada aqui”, explicou o presidente da CBDE, Antônio Hora.
“Com relação à aplicação dos recursos é uma preocupação grande do Ministério do Esporte. As casas de apostas têm uma dívida social com o esporte brasileiro, pois elas utilizaram do esporte para entrar na vida das pessoas, na casa das pessoas, por isso essa contrapartida precisa vir à altura para que a gente enfrente os problemas advindos das apostas como um todo”, disse o secretário, que também pediu respostas claras para a sociedade.
O debate fez parte do plano de trabalho da subcomissão, que discutiu as perspectivas e os desafios do financiamento do esporte no país, com foco nas entidades que compõem o Sistema Nacional do Esporte e que recebem recursos vinculados às loterias e apostas. O deputado Caio Vianna do Rio de Janeiro explicou ainda que o debate busca propor soluções para assegurar a continuidade e o fortalecimento das políticas públicas esportivas.