Animada, delegação brasileira desfila pelo Sena em icônica abertura das Olimpíadas de Paris
A bandeira do Brasil tremulou pelas águas do rio Sena, nesta noite parisiense de sexta-feira, em uma das mais icônicas cerimônias de abertura da história das Olimpíadas. O canoísta Isaquias Queiroz e a capitã da seleção feminina de rugby de sete Raquel Kochhann foram os porta-bandeiras que conduziram o símbolo nacional em cima de um barco. É a primeira vez que o evento acontece fora dos limites de um estádio.
Com capacidade para 144 pessoas, o barco brasileiro foi ocupado por 50 atletas de 16 esportes diferentes (veja lista completa abaixo), além dos oficiais. O esporte com mais representantes foi o rugby, que levou 14 atletas, incluindo a porta-bandeira Raquel.
A delegação brasileira tem 277 atletas classificados, mas a maioria optou por não ir à cerimônia para focar nas competições do fim de semana.
O Brasil foi o 29° país a desfilar, seguindo a ordem alfabética. A primeira delegação, como em toda Olimpíada, é a da Grécia, país que criou os Jogos na antiguidade. A delegação do país sede sempre encerra o desfile.
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O trajeto de seis quilômetros foi entre a ponte Austerlitz e o Trocadéro, local dos shows de encerramento e a parte final da cerimônia. O percurso passou em frente a cartões-postais como a Torre Eiffel e a catedral de Notre-Dame.
Os atletas das 205 delegações desfilam em 85 barcos ao longo do rio. Mais de 20 mil funcionários foram mobilizadas para a logística da abertura. A estimativa é que 320 mil pessoas estejam presentes na cerimônia.
Lista dos 50 atletas brasileiros no barco
- Caio Bonfim (atletismo)
- Gianetti (atletismo)
- Hygor Gabriel (atletismo)
- Max Batista (atletismo)
- Lívia Avancini (atletismo)
- Ygor Coelho (badminton)
- Gustavo Balaloka (BMX Freestyle)
- Paola Reis (BMX Racing)
- Caroline (boxe)
- Jucielen (boxe)
- Michael Douglas (boxe)
- Isaquias Queiroz (canoagem)
- Ulan Galisnki (ciclismo Mountain Bike)
- Guilherme Toldo (esgrima)
- Mariana Pistoia (esgrima)
- Barbara Arenhart (handebol)
- Samara Vieira (handebol)
- Ana Claudia Bolzan (handebol)
- João Oliva (hipismo adestramento)
- Rodrigo Pessoa (hipismo saltos)
- Pedro Venis (hipismo saltos)
- Stephan Barcha (hipismo saltos)
- Kathlen (judô)
- Leonardo (judô)
- Bianca dos Santos Silva (rugby)
- Gabriela de Farias Lima (rugby)
- Gisele Gomes dos Santos (rugby)
- Luiza González da Costa Campos (rugby)
- Marcelle da Cruz de Souza (rugby)
- Mariana Nicolau da Silva (rugby)
- Marina Fioravanti Costa (rugby)
- Milena Batista Mariano Silva (rugby)
- Raquel Cristina Kochhan (rugby)
- Thalia da Silva Costa (rugby)
- Thalita da Silva Costa (rugby)
- Yasmin Luiz de Lima Soares (rugby)
- Isadora Lopes de Souza (rugby)
- Leila Cassia dos Santos Silva (rugby)
- Guilherme Teodoro (tênis de mesa)
- Leonardo Isuka (tênis de mesa)
- Laura Watanabe (tênis de mesa)
- Bruno Lobo (vela)
- João Bulhões (vela)
- Marina Arndt (vela)
- Gabriella Kidd (vela)
- Bruno Fontes (vela)
- Evandro Gonçalves (vôlei de praia)
- Arthur Diego Mariano Lanci (vôlei de praia)
- Carol Solberg (vôlei de praia)
- Bárbara Seixas (vôlei de praia)
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Quem são os porta-bandeiras brasileiros em Paris
Nesta edição dos Jogos de Paris, Isaquias Queiroz tentará quebrar um recorde e se tornar o primeiro brasileiro a conquistar seis medalhas olímpicas. O canoísta é dono de quatro medalhas, sendo uma de ouro em Tóquio 2020, além de duas pratas e um bronze no Rio 2016. Em Paris, Isaquias disputará o C1 1000m e o C2 500m.
Raquel, por sua vez, disputará sua terceira edição de Olimpíadas. A capitã da seleção de rugby de sete teve que se afastar do esporte por um longo tempo após descobrir um câncer de mama há pouco mais de dois anos. A atleta de 31 anos anos fez a cirurgia de mastectomia para retirada da mama e do tumor e conseguiu voltar a jogar em alto nível.
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Isaquias Queiroz e Raquel Kochhann foram os porta-bandeiras do Brasil
Os dois atletas, aliás, têm ainda mais em comum do que se imagina. Raquel foi professora de canoagem, remo e vela no projeto navegar, em Caxias do Sul, e afirma que Isaquias sempre foi uma inspiração.
Histórico dos porta-bandeiras brasileiros
Em 100 anos de história do Brasil em Olimpíadas, o país já teve 22 porta-bandeiras diferentes, em 22 edições. Sylvio de Magalhães Padilha e João Carlos de Oliveira, do atletismo, foram os únicos que carregaram a bandeira em duas edições.
Os brasileiros não participaram das Olimpíadas de 1928 por conta da grave crise econômica que o país vivia naquele ano. Em 1940 e 1948, os Jogos não foram realizados devido à Segunda Guerra Mundial.
Na história, o atletismo é o grande celeiro de porta-bandeiras do Brasil, com oito representantes. O basquete tem quatro. A vela e o judô vêm logo em seguida, com três.
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João Gonçalves Filho, do polo aquático, porta-bandeira do Brasil nos Jogos Olímpicos do México 1968
Em Tóquio, o Brasil decidiu escolher um homem e uma mulher para dividirem a missão de porta-bandeiras pela primeira vez.
Os porta-bandeiras do Brasil em Olimpíadas
Olimpíadas | Atleta | Esporte |
Antuérpia 1920 | Afrânio Antônio Costa | Tiro Esportivo |
Paris 1924 | Alfredo Gomes | Atletismo |
Los Angeles 1932 | Antônio Pereira Lira | Atletismo |
Berlim 1936 | Sylvio de Magalhães Padilha | Atletismo |
Londres 1948 | Sylvio de Magalhães Padilha | Atletismo |
Helsinque 1952 | Mário Jorge da Fonseca Hermes | Basquete |
Melbourne 1956 | Wilson Bombarda | Basquete |
Roma 1960 | Adhemar Ferreira da Silva | Atletismo |
Tóquio 1964 | Wlamir Marques | Basquete |
Cidade do México 1968 | João Gonçalves Filho | Polo Aquático |
Munique 1972 | Luiz Cláudio Menin | Basquete |
Montreal 1976 | João Carlos de Oliveira | Atletismo |
Moscou 1980 | João Carlos de Oliveira | Atletismo |
Los Angeles 1984 | Eduardo Souza Ramos | Vela |
Seul 1988 | Walter Carmona | Judô |
Barcelona 1992 | Aurélio Miguel | Judô |
Atlanta 1996 | Joaquim Cruz | Atletismo |
Sydney 2000 | Sandra Pires | Vôlei de Praia |
Atenas 2004 | Torben Grael | Vela |
Pequim 2008 | Robert Scheidt | Vela |
Londres 2012 | Rodrigo Pessoa | Hipismo |
Rio 2016 | Yane Marques | Pentatlo |
Tóquio 2020 | Bruno Rezende e Ketleyn Quadros | Vôlei e judô |
Paris 2024 | Isaquias Queiroz e Raquel Kochhann | Canoagem e rugby sevens |