As longas filas de tratores e veículos agrícolas expuseram os contrastes econômicos e sociais entre a cidade e o campo na França. Os manifestantes se sentem ignorados pelos ministros de Estado, a quem acusam de raramente irem às fazendas e “sujarem seus sapatos”.
Os protestos na França não são os únicos: ações similares foram realizadas na Alemanha, na Polônia, e na Grécia recentemente, por vezes apoiadas por partidos de extrema-direita. Essas legendas vêm conquistando parcelas cada vez maiores do eleitorado em diferentes países da Europa, a poucos meses das eleições para o Parlamento europeu.
Os agricultores se queixam do aumento dos preços dos fertilizantes, exacerbados pela guerra na Ucrânia, que, juntamente com a alta nos custos de energia e outros itens necessários para manter as plantações e criações de gado, fizeram suas rendas diminuírem significativamente.
Os fazendeiros reclamam que o setor agrícola, fortemente subsidiado, é excessivamente regulado, além de sofrer os impactos da importação de baixo custo de países onde a agricultura tem menos regulação.
Acordo UE-Mercosul na mira
Na semana passada, o primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, anunciou que o governo francês se opõe à assinatura do país ao acordo de livre comércio entre a UE e o Mercosul. O objetivo era aplacar o descontentamento dos agricultores com as políticas do governo. Attal classificou o acordo como “uma lei da selva” que acabaria afetando os agricultores franceses.
O ministro francês da Agricultura, Marc Fesneau, disse que Macron vai pressionar por medidas mais favoráveis ao setor agrícola na próxima cúpula da UE, que se inicia nesta quinta-feira.
Bruxelas também teve protestos de agricultores nesta segunda-feira no anel viário que contorna a capital belga, onde se localiza o centro do poder europeu.
Em Hamburgo, também nesta segunda, agricultores com cerca de 550 tratores protestaram contra políticas do governo de coalizão alemão,