11 de novembro de 2025
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Novo projeto de autódromo no Rio inclui preservação ambiental

Quatro anos após a primeira tentativa de reconstrução de um circuito no Rio de Janeiro, a Cidade Maravilhosa trabalha com a proposta de outro autódromo, em Guaratiba, Zona Oeste da capital fluminense. O Projeto de Lei Complementar (PLC) 162/2024 foi detalhado em audiência pública na Câmara Comunitária da Barra da Tijuca nesta quarta-feira e inclui uma série de compensações ambientais no terreno de mais de 2 milhões de metros quadrados.

O engenheiro que apresentou a proposta é o mesmo responsável pelo novo estádio do Vasco da Gama, Sérgio Dias.

– É uma proposta, um compromisso de muito tempo da cidade. O Autódromo de Jacarepaguá sediou inclusive competições de Fórmula 1 e foi demolido para a implantação do Parque Olímpico. A proposta é exatamente de reconstituir o desenho do Autódromo de Jacarepaguá, para trazer de voltas as curvas e o trajeto de tantos campeões; Nelson Piquet, Ayrton Senna, (Emerson) Fittipaldi… – detalhou Dias.

Imagem simula projeto de Autódromo em Guaratiba, Zona Oeste do Rio de Janeiro — Foto: Reprodução/Câmara do Rio de Janeiro
Imagem simula projeto de Autódromo em Guaratiba, Zona Oeste do Rio de Janeiro

Segundo o engenheiro, o projeto do Autódromo de Guaratiba inclui um plano de replantio, e a manutenção de uma área de preservação permanente e um manguezal em cerca de 43 mil metros quadrados da área, que totaliza pouco mais de 2 milhões de metros quadrados.

O terreno com acesso na Avenida Dom João VI é, hoje, um loteamento. Estima-se que o autódromo em si ocupe 2% da taxa total de ocupação da área.

O primeiro esboço da pista conta com um traçado de 5,020 km de extensão, 5 mil metros quadrados destinados para a área dos boxes – com 23 garagens -, outros 3,981 mil metros quadrados para o paddock.

O Autódromo deve ter, ainda, salão nobre e uma sala de imprensa, além de estacionamento, kartódromo e pista de motocross. A previsão é que as arquibancadas possuam a capacidade de receber até 18,6 mil pessoas.

Imagem detalha projeto de Autódromo em Guaratiba, Zona Oeste do Rio de Janeiro — Foto: Reprodução/Câmara do Rio de Janeiro
Imagem detalha projeto de Autódromo em Guaratiba, Zona Oeste do Rio de Janeiro

O PLC foi protocolado em 21 de março pelo prefeito Eduardo Paes e obteve parecer favorável nesta segunda-feira, com a constitucionalidade confirmada pela Casa – com votos contrários da Comissão de Meio Ambiente e dos vereadores Paulo Pinheiro (PSOL/RJ – Comissão de Higiene, Saúde pública e Bem-estar Social) e William Siri (PSOL/RJ – Comissão de Trabalho e Emprego).

A expectativa é que o projeto vá para votação em junho. Porém, ao ge.globo, a Câmara dos Vereadores declarou ainda não ter uma data exata para a avaliação do PLC na Casa.

Automobilismo no Rio

A capital fluminense promoveu entre 1933 e 1954 corridas no Circuito da Gávea, na Zona Sul. O Rio também sediou o GP do Brasil de Fórmula 1 no Autódromo de Jacarepaguá em 1978, após reclamações sobre o Autódromo de Interlagos em São Paulo, e voltou a receber a categoria entre 1981 e 1989.

Lá, venceram pilotos como Alain Prost (com cinco triunfos), o brasileiro tetracampeão Nelson Piquet, Carlos Reutemann e Nigel Mansell.

A pista também já sediou provas da Stock Car, Fórmula Indy, Fórmula 3 Sul-americana e da MotoGP, o campeonato mundial de motovelocidade. Porém, foi demolido em 2012 para as obras das Olimpíadas do Rio em 2016.

Desde então, o automobilismo saiu de cena na Cidade Maravilhosa. Entre 2019 e 2020, ganhou força um projeto de construção em Deodoro, também na Zona Oeste do Rio.

A proposta foi coordenada pela empresa Rio Motorsports e previa obras onde hoje fica a Floresta do Camboatá – uma das últimas regiões nativas de Mata Atlântica em áreas planas da capital. A floresta tornou-se, após a empreitada, uma unidade de conservação de proteção integral.

Imagem do projeto do autódromo do Rio de Janeiro em Deodoro, que não avançou — Foto: Divulgação
Imagem do projeto do autódromo do Rio de Janeiro em Deodoro, que não avançou

Em abril de 2022, o Rio recebeu sua primeira corrida em mais de uma década: o GP do Galeão, etapa da Stock Car sediada em um setor desativado do Aeroporto Internacional Tom Jobim na Ilha do Governador, Zona Norte. Daniel Serra e Marcos Gomes venceram a corrida, que não teve uma segunda edição.

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