MPRJ faz operação contra ‘gatonet’ explorado pela quadrilha de Ronnie Lessa e Suel na Zona Norte do Rio

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) iniciou nesta terça-feira (12) a Operação Jammer 2, contra a exploração de sinal clandestino de internet e televisão, ou “gatonet”, da milícia de Ronnie e Suel. Ronnie Lessa e Maxwell Simões Corrêa estão presos pelas mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes.

Agentes do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) cumpriram 3 mandados de prisão e 7 de busca e apreensão. Os agentes encontraram munição com um dos detidos e material para fazer as ligações ilegais com outro preso.

O material será encaminhado à Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD). Lá, um representante da empresa de telefonia irá verificar a procedência do material.

Nesta fase, seis pessoas foram denunciadas à Justiça pelo crime de organização criminosa voltada à exploração clandestina de atividades de telecomunicação, televisão e internet na Zona Norte do Rio de Janeiro.

A operação desta terça-feira conta com o apoio da DC-Polinter e do 9º Batalhão de Polícia Militar (Rocha Miranda).

O esquema criminoso era liderado por Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, e Ronnie Lessa, denunciados na primeira fase da operação. A 1ª fase da Jammer foi em agosto do ano passado e mirava o PM Sandro Franco, que fugiu ao ver as equipes e só foi capturado no fim do mês.

Os mandados foram expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa são cumpridos em Rocha Miranda, Honório Gurgel e Irajá.

Nas mensagens do grupo investigado, Suel é tratado como “patrão” pelos outros integrantes. A apuração mostrou o recolhimento de diversos pagamentos, que eram repassados para ele, e uma conta com o saldo de mais de R$ 230 mil.

A denúncia demonstra a relação dos criminosos com Suel, por meio de uma conversa na qual um deles lamenta o aumento de pena imposta pela obstrução de Justiça relacionada ao caso Marielle Franco e Anderson Gomes.

Jammer I

De acordo com as investigações da primeira fase da operação, deflagrada em agosto de 2023 em conjunto com a Polícia Federal (PF), o dinheiro arrecadado na exploração dos serviços criminosos na Zona Norte da capital fluminense foi utilizado para o pagamento do advogado de Élcio Queiróz. Ele é denunciado pela participação no crime que matou Marielle e Anderson.

Durante a Jammer I, foi revelado que o advogado de Élcio foi escolhido por Ronnie Lessa e era pago por Suel, com o dinheiro da exploração de “gatonet”.

Segundo os investigadores, Suel também ficou responsável por prestar ajuda financeira para a família de Élcio. O objetivo da ajuda era evitar que ele rompesse com os comparsas.

A investigação mostrou que Suel atuava como sócio-administrador, controlando os investimentos, garantindo o domínio territorial e calculando os lucros. Já Ronnie Lessa era uma espécie de sócio-investidor, injetando dinheiro no negócio ilegal em busca de parte dos lucros.

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