Bombeiros fazem mais de 2 mil resgates nas praias do RJ nos primeiros dias do ano

Um levantamento feito pelo Corpo de Bombeiros mostrou que o número de afogamentos nas praias do Rio de Janeiro teve um aumento de 320% nos primeiros dias deste ano.

Segundo a corporação, o total de pessoas resgatadas no litoral do estado cresceu de 491 casos, nos primeiros oito dias de 2023, para 2.064 resgates no mesmo período de 2024. Os números desse ano equivalem a uma média de 258 resgates por dia. (Veja no final da reportagem algumas orientações do Corpo de Bombeiros para um banho de mar mais seguro).

Na opinião do major Fábio Contreiras, porta-voz do Corpo de Bombeiros, a condição climática desse início de ano é um dos fatores para esse aumento no número de casos de afogamento.

“Foram dias de mais vento e mais sol. O mar tem energia e as correntes de retorno tem mais força e podem trazer mais afogamentos”, explicou o major.

O porta-voz da corporação também lembrou que algumas praias, como as da Zona Oeste do Rio, contam com maior profundidade. Já a praia de Copacabana, por exemplo, tem correntes mais fortes.

“As praias daqui (Zona Oeste) são de tombo, profundidade alta. Copacabana, intermediarias, com fortes correntes. Tudo isso, com arrebentação na areia, junto com as valas, formam esses bolos de risco que causam afogamentos”, completou Fábio Contreiras.

Esse aumento nas estatísticas sobre afogamentos no estado pode ser comprovado no último domingo (7), quando dois jovens morreram afogados nas praias de Grumari e da Barra da Tijuca, ambas na Zona Oeste da capital fluminense.

1ª vez sozinho na praia

Um dos jovens afogados nesse domingo foi o estudante Igor Manoel Paulo, de 16 anos. Ele foi arrastado pelo mar na praia da Barra da Tijuca e seu corpo foi encontrado na manhã desta segunda-feira (8) no posto 8 daquela praia.

Essa foi a primeira vez que Igor, morador de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, foi sozinho para a praia. Com dois amigos, na primeira entrada no mar, Igor foi levado pela correnteza.

Igor Manoel Paulo se afogou no mar da Barra da Tijuca neste domingo (7). Família reconheceu corpo encontrado na manhã desta segunda (8) — Foto: Reprodução/TV Globo

“Foi a primeira vez que ele foi [com os amigos] sozinho à praia. Eu não sabia que ele iria. Ele avisou a avó [e foi]”, conta o entregador Rogério Constâncio Paulo, tio do adolescente.

Também no domingo, um turista mineiro de 21 anos morreu afogado na praia de Grumari, também na Zona Oeste do Rio. Igor Martinelli Vidal de Abreu, morador de Juiz de Fora, em Minas Gerais, saiu de Juiz de Fora de excursão, para uma viagem “bate e volta”.

O jovem chegou a ser retirado do mar por um surfista, socorrido com vida para o Hospital Municipal Miguel Couto, no Bairro Leblon, mas não resistiu e morreu no mesmo dia.

Número de crianças perdidas cai

Apesar do grande aumento no total de resgates nas praias do Rio de Janeiro, o Corpo de Bombeiros registrou uma redução no número de crianças perdidas na orla.

Ao todo, 107 crianças se perderam de seus pais ou responsáveis nos primeiros oito dias de 2023. O número é mais que o triplo do total de crianças perdidas no mesmo período de 2024, quando os Bombeiros registraram 30 casos.

Ainda assim, alguns casos de desaparecimentos deixaram pais e responsáveis preocupados. O caso do menino Edson Davi Silva de Almeida, de 6 anos, que desapareceu na quinta-feira (4) na praia da Barra da Tijuca, é o mais marcante.

As buscas pelo paradeiro da criança entraram em seu quarto dia nesta segunda-feira (8). Tanto a Polícia Civil quanto o Corpo de Bombeiros tentam localizar o garoto.

Até agora, nenhuma hipótese foi descartada, mas uma das principais linhas de investigação da polícia é de um possível afogamento.

A família de Davi chegou a receber uma foto de um garoto fazendo um lanche com a informação de que o menino tinha sido encontrado neste sábado (6), mas na realidade era uma criança parecida com o Davi que estava no local lanchando com a família.

A Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) disse que dezenas de informações sobre possíveis paradeiros da criança foram recebidas, mas todas foram checadas e descartadas pela polícia.

Orientação dos bombeiros

Preocupado com os dados desse início de ano, os Bombeiros do RJ divulgaram uma série de orientações para evitar afogamentos no mar. A principal regra é: Jamais entre onde tiver a bandeira vermelha.

Orientações para um banho de mar calmo e seguro.

  • As placas ‘NÃO ENTRE’ e as bandeiras vermelhas sinalizam os locais de risco daquela praia;
  • Áreas de correntes de retorno costuma ter tonalidades diferentes e poucas ondas;
  • Se você ficar preso em uma corrente de retorno, peça ajuda acenando com o braço, nade para os lados, paralelamente à praia, nunca em direção à areia
  • Evite entrar no mar à noite;
  • Se entrar no mar com criança, não fique a mais de um braço de distância dela;
  • Não avance depois que a água atingir o nível do seu umbigo;
  • Evite nadar próximo de mirantes, pedras e rochas;
  • Se vir alguém se afogando, não tenta salvá-la. Chame o Corpo de Bombeiros e, para ajudar, tente lançar objetos que ajudam a flutuar.

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