Ônibus comuns, trens e BRT circulam com restrições no dia seguinte a ataques na Zona Oeste
Nesta terça-feira (24), dia seguinte à onda de ataques aos transportes públicos na Zona Oeste do Rio de Janeiro, ônibus comuns, os trens da Supervia e o corredor Transoeste do BRT começaram a operar com restrições.
Na região, as linhas de ônibus regulares estavam somente com metade da frota na rua. no início da manhã. Às 7h30, segundo o prefeito Eduardo Paes (PSD), o percentual subiu para 80%.
A Supervia informou que suspendeu, no ramal Santa Cruz, as viagens expressas para a Central do Brasil e as partidas especiais da estação de Campo Grande.
A MOBI-Rio, que cuida do BRT, disse que os intervalos no Transoeste estavam irregulares no início da manhã. Os demais corredores não tinham problemas.
2,5 milhões sem ônibus
A Semove (antiga Fetranspor) afirmou que “mais de 2,5 milhões de passageiros vão deixar de ser transportados” em decorrência dos ataques à frota. “O número leva em consideração o tempo mínimo necessário para a reposição dos ônibus incendiados, prevista para 6 meses”. A entidade já tinha informado que o prejuízo com o fogo nos coletivos passou de R$ 35 milhões.
A Semove também pediu a colaboração da população “para que informações sobre este e outros crimes cometidos contra o sistema de transporte público coletivo sejam levadas, por meio do Disque Denúncia, diretamente às forças de segurança”. O número é 2253-1177.
Relembre o que aconteceu
Os ataques em série a ônibus e a um trem na tarde desta segunda-feira foram uma resposta da milícia à morte do número 2 da quadrilha que domina a Zona Oeste do Rio de Janeiro. Matheus da Silva Rezende, de 25 anos, o Teteu ou Faustão, foi morto em confronto com a Polícia Civil na comunidade Três Pontes.
Matheus era sobrinho de Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, um dos criminosos mais procurados do RJ. De acordo com as investigações, Faustão vinha, há pelo menos 3 meses, estreitando os contatos entre a milícia e a maior facção de traficantes do estado, o Comando Vermelho (CV). Ele também é investigado por pelo menos 20 homicídios.
Após a morte de Faustão, criminosos atearam fogo a pelo menos 35 ônibus e a um vagão da Supervia. Veículos foram atravessados em vias importantes, e até a Avenida Brasil foi fechada. Entre os bairros afetados estavam Campo Grande, Santa Cruz, Paciência, Guaratiba, Sepetiba, Cosmos, Recreio, Inhoaíba, Barra, Tanque e Campinho.
Ao menos 45 escolas municipais foram afetadas, prejudicando 17.251 alunos. Em algumas, alunos e professores que estavam nos colégios permaneceram para se manterem em segurança.
Pelo menos 12 suspeitos foram presos. O governador Cláudio Castro (PL) classificou os ataques a transportes como “terroristas” e disse que fará caça a 3 chefões do crime.
“Esses três criminosos; Zinho, Tandera e Abelha: não descansaremos enquanto não prendermos eles”, disse.