Caso Joaquim: 3º dia de julgamento tem depoimentos de delegado e ex-vizinho dos réus

O terceiro dia de julgamento de Guilherme Longo e Natália Ponte, acusados da morte de Joaquim Ponte Marques, vai ouvir oito testemunhas, entre elas, o delegado Paulo Henrique Martins Castro, e um ex-vizinho do casal.

O júri, que acontece no Fórum de Ribeirão Preto (SP), está previsto para começar às 10h desta quarta-feira (18).

Para Antônio Carlos de Oliveira, advogado de defesa de Longo, o dia pode ser determinante, uma vez que, a partir de agora, começam as discussões acerca das provas técnicas da acusação.

“É a oportunidade de o Ministério Público provar para os jurados. Cadê a prova pericial que identifica a causa da morte do menino Joaquim? Cadê a autoria ou a participação que Guilherme Longo teria aplicado? Onde está? Não existe prova testemunhal, não existe confissão. O que existe é suposição, é ilação do Ministério Público e, no direito penal, não serve pra nada”

Advogado de Artur Paes Marques e assistente de acusação, Alexandre Durante afirma que busca esclarecer os fatos da maneira que estão no processo, diante das provas que foram trazidas.

“A gente sempre deixou muito claro, ninguém está perseguindo ninguém. Nós estamos buscando a verdade dos fatos para que se possa fazer a justiça. E isso, as provas processuais já dizem por si só”.

 

Alexandre Durante, assistente de acusação e pai de Artur Paes Marques, acompanha o segundo dia de julgamento do caso Joaquim, em Ribeirão Preto (SP) — Foto: Aurélio Sal/EPTV

Alexandre Durante, assistente de acusação e pai de Artur Paes Marques, acompanha o segundo dia de julgamento do caso Joaquim, em Ribeirão Preto (SP) — Foto: Aurélio Sal/EPTV

Nesta quarta-feira, também serão ouvidos os pais de Natália, Vicente de Paulo Silveira Ponte e Maria Cristina Mingoni Ponte. Eles falarão por videoconferência, assim como o filho, Alessandro Mingoni Ponte, irmão de Natália, que depôs na terça-feira (17).

Além dos pais da ré, o júri também vai ouvir a mãe de Guilherme, Augusta Aparecida Raymo Longo, que estará no Fórum em Ribeirão.

Pai do réu, Dimas Longofalou aos jurados na terça, também de maneira presencial, em depoimento que durou pouco mais de uma hora. Ele não quis conversar com a imprensa.

Dimas Longo, pai de Guilherme Longo, deixa o Fórum de Ribeirão Preto, SP, no fim do segundo dia de julgamento — Foto: Reprodução/EPTV

Dimas Longo, pai de Guilherme Longo, deixa o Fórum de Ribeirão Preto, SP, no fim do segundo dia de julgamento — Foto: Reprodução/EPTV

Delegado do caso à época do crime, Castro é um dos mais aguardados para depor nesta quarta-feira. Ele se aposentou há pouco mais de dois anos, segundo informações da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. O último distrito policial em que trabalhou foi o 1º DP de Ribeirão Preto.

Paulo Henrique Martins de Castro foi o delegado responsável pelo caso, em novembro de 2013 — Foto: Reprodução/EPTV

Paulo Henrique Martins de Castro foi o delegado responsável pelo caso, em novembro de 2013 — Foto: Reprodução/EPTV

Veja abaixo os depoimentos previstos para o terceiro dia de julgamento:

  • Leandro de Paula Almeida, vizinho do casal à época do crime (presencial)
  • Jader da Fonseca Maciel Pinto, dono de uma imobiliária que deu emprego a Guilherme como prestador de serviços por seis meses à época do crime (presencial)
  • Gustavo Calixto Bianchini, amigo de Guilherme (presencial)
  • Paulo Henrique Martins Casto, delegado do caso à época do crime (presencial)
  • Augusta Aparecida Raymo Longo, mãe de Guilherme (presencial)
  • Vicente de Paulo Silveira Ponte, pai da Natália (virtual)
  • Maria Cristina Mingoni Ponte, mãe da Natália (virtual)
  • Lúcia Maria Marcon Raymo Passarello, parente de Guilherme (virtual)

Até sexta-feira (20), outras 16 testemunhas de defesa dos réus serão ouvidasOs interrogatórios de Longo e Natália devem acontecer no sábado (21).

Quem preside o julgamento de Longo e Natália é o juiz José Roberto Bernardi Liberal, magistrado do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo desde 1994. Por causa do sigilo determinado pela Justiça, o público e a imprensa não poderão acompanhar as sessões.

Por enquanto, o acesso está restrito apenas a testemunhas e parte dos familiares da vítima e dos réus, de acordo com as seguintes especificações:

  • vítima (Joaquim): somente pai, avós maternos e paternos
  • réus (Longo e Natália): somente pais e avós

 

O menino Joaquim Ponte Marques foi encontrado morto após desaparecer da casa onde morava em Ribeirão Preto — Foto: Reprodução

O menino Joaquim Ponte Marques foi encontrado morto após desaparecer da casa onde morava em Ribeirão Preto — Foto: Reprodução

Segundo dia de júri terminou em menos de 3 horas

 

O segundo dia do júri foi encerrado menos de três horas depois do início dos trabalhos. Três das quatro testemunhas comuns, tanto para defesa quanto para acusação, prestaram depoimento.

Apenas Karina Raymo Longo, irmã de Longo, optou por não falar ao júri, utilizando o direito de não prestar depoimento por ser familiar de um dos réus.

Caso Joaquim: Karina Raymo Longo, irmã de Guilherme, chega ao fórum de Ribeirão Preto, SP, no 2° dia de julgamento — Foto: Rodolfo Tiengo/g1

Caso Joaquim: Karina Raymo Longo, irmã de Guilherme, chega ao fórum de Ribeirão Preto, SP, no 2° dia de julgamento — Foto: Rodolfo Tiengo/g1

Além da pediatra Roseli Scarpa, que cuidou de Joaquim no período em que ele começou a ser tratado da diabetes, também foram ouvidos o pai de Longo e o irmão de Natália, que falou por videoconferência.

Testemunhas do segundo dia de júri do caso Joaquim: a médica Roseli Scarpa (à esquerda), e Dimas Longo, pai de Guilherme Longo (à direita) — Foto: Reprodução/EPTV

Testemunhas do segundo dia de júri do caso Joaquim: a médica Roseli Scarpa (à esquerda), e Dimas Longo, pai de Guilherme Longo (à direita) — Foto: Reprodução/EPTV

Julgamento acontece 10 anos após morte de menino

 

O júri acontece dez anos depois da morte de Joaquim, encontrado já sem vida nas águas do Rio Pardo, em Barretos (SP), em novembro de 2013, cinco dias depois de ser dado como desaparecido da casa em que vivia com a mãe, o irmão mais novo e o então padrasto, no Jardim Independência, em Ribeirão Preto.

Segundo a acusação do Ministério Público, Longo matou o enteado com uma superdosagem de insulina e depois jogou o corpo dele em um córrego perto da residência da família.

Cão Apache atuando nas buscas pelo corpo do menino Joaquim Ponte Marques em Ribeirão Preto — Foto: Reprodução/EPTV/Arquivo

Cão Apache atuando nas buscas pelo corpo do menino Joaquim Ponte Marques em Ribeirão Preto — Foto: Reprodução/EPTV/Arquivo

Por isso, ele responde por homicídio qualificado por motivo fútil, recurso que impossibilitou defesa da vítima e meio cruel.

Preso preventivamente desde 2018, ele não responde mais por ocultação de cadáver devido a um acordo de extradição com a Espanha, onde foi recapturado após fugir.

Em liberdade, Natália também responde pelo homicídio, mas por ser omissa com relação ao filho. De acordo com a Promotoria, ela sabia que Longo, companheiro dela na época, tinha comportamento agressivo e era usuário de drogas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *