Putin diz a líderes africanos que Moscou está estudando plano de paz para a Ucrânia
O presidente russo, Vladimir Putin, disse para líderes africanos nesta sexta-feira (28) que Moscou respeita a proposta de paz na Ucrânia enviada por eles e que está estudando-a cuidadosamente.
Já Kiev disse que não está preparada para entrar em negociações enquanto a Rússia – que começou a guerra há 17 meses – detém um quinto do território ucraniano.
Os líderes da cúpula africana apresentaram sua iniciativa de paz no mês passado a Putin e ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Entretanto, a versão não conseguiu ganhar força com nenhum dos lados.
“A iniciativa africana (de paz) merece a maior atenção, não deve ser subestimada”, disse o presidente da República do Congo, Denis Sassou Nguesso, a Putin e outros líderes africanos em São Petersburgo. “Mais uma vez, pedimos com urgência a restauração da paz na Europa”
Putin inicialmente fez uma lista de queixas russas contra a Ucrânia e o Ocidente, enquanto Zelensky rejeitou a ideia de um cessar-fogo que deixaria a Rússia no controle de quase um quinto da Ucrânia e daria às forças russas tempo para se reagruparem.
Outros acordos de paz
Os presidentes da Rússia e da China assinaram em 21 de março acordos de cooperação e discutiram um plano para encerrar a guerra na Ucrânia, mas sem revelar detalhes.
No Kremlin, sede do governo russo e seu mais poderoso aliado, Xi Jinping, conversaram longamente. Os dois anunciaram um acordo para um gasoduto ligando os dois países e ajuda da China para substituir as empresas ocidentais que deixaram a Rússia. Mas poucos detalhes foram revelados de como a China sugere encerrar com a guerra na Ucrânia.
À época, Putin declarou que a proposta da China poderá servir de base para um acordo de paz, mas que a Ucrânia e o Ocidente ainda não estão prontos para isso.
Em novembro de 2022, Putin recebeu conselhos do seu enviado à Ucrânia no começo da guerra para fazer um acordo de paz com Kiev pelo qual a Ucrânia ficaria de fora da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Porém, ele rejeitou a ideia e insistiu em uma campanha militar, de acordo com três pessoas próximas do líder russo que falaram com a agência Reuters.
Grãos para a África